Senhor
Presidente
Permita-me escrever-lhe uma curta carta, na expectativa de que alguém lha faça chegar.
Parte do país está nervosa, está inquieta, está revoltada, está com medo do futuro. Basta uma pequena caminhada pelas numerosas estradas do povo para nos apercebermos disso.
O assassinato do Professor Gilles Cistac, nosso compatriota, professor universitário, é o percutor, é um acelerador do mal-estar, da inquietação que cresce no país.
Presidente Nyusi: não foi apenas o Professor Cistac que foi assassinado, foi e é também uma parte dos sonhos, da confiança e do optimismo de muitos. Sabe, pessoas sem sonhos não fazem história, sofrem-na.
Como é do seu conhecimento, saem comunicados de imprensa, saem declarações de princípios, prisioneiros uns e outras da frieza e da distância das palavras escritas num país onde a história pertence maioritariamente à rica fala de cada dia.
Tenho para mim, Presidente, que em certos momentos da história é absolutamente necessário anexar aos comunicados e às declarações de princípios um outro tipo de intervenção.
Concretamente, falo da sua intervenção pessoal, oral, Presidente Nyusi.
Fale à Nação, fale ao Povo, inspire confiança e legitimidade, dê um outro rumo à História contra a sórdida história com h pequeno que, de forma terrorista, ceifou a vida de um professor que procurava levar-nos ao respeito pelos saberes múltiplos.
Mas não só: fale à Nação, fale ao Povo contra a história com h pequeno que tudo faz para nos impedir de chegar à comunicação efectiva, real, num país diferente, menos desigual, franqueado à mestiçagem das partilhas, hostil aos caminhos de um só sentido.
Presidente Filipe Nyusi: ouse mudar a história com auxílio do seu elenco governamental, ouse ser o processo e o futuro, por favor ouse mostrar que o que parece, não é.
Com os meus mais respeitosos cumprimentos.
Permita-me escrever-lhe uma curta carta, na expectativa de que alguém lha faça chegar.
Parte do país está nervosa, está inquieta, está revoltada, está com medo do futuro. Basta uma pequena caminhada pelas numerosas estradas do povo para nos apercebermos disso.
O assassinato do Professor Gilles Cistac, nosso compatriota, professor universitário, é o percutor, é um acelerador do mal-estar, da inquietação que cresce no país.
Presidente Nyusi: não foi apenas o Professor Cistac que foi assassinado, foi e é também uma parte dos sonhos, da confiança e do optimismo de muitos. Sabe, pessoas sem sonhos não fazem história, sofrem-na.
Como é do seu conhecimento, saem comunicados de imprensa, saem declarações de princípios, prisioneiros uns e outras da frieza e da distância das palavras escritas num país onde a história pertence maioritariamente à rica fala de cada dia.
Tenho para mim, Presidente, que em certos momentos da história é absolutamente necessário anexar aos comunicados e às declarações de princípios um outro tipo de intervenção.
Concretamente, falo da sua intervenção pessoal, oral, Presidente Nyusi.
Fale à Nação, fale ao Povo, inspire confiança e legitimidade, dê um outro rumo à História contra a sórdida história com h pequeno que, de forma terrorista, ceifou a vida de um professor que procurava levar-nos ao respeito pelos saberes múltiplos.
Mas não só: fale à Nação, fale ao Povo contra a história com h pequeno que tudo faz para nos impedir de chegar à comunicação efectiva, real, num país diferente, menos desigual, franqueado à mestiçagem das partilhas, hostil aos caminhos de um só sentido.
Presidente Filipe Nyusi: ouse mudar a história com auxílio do seu elenco governamental, ouse ser o processo e o futuro, por favor ouse mostrar que o que parece, não é.
Com os meus mais respeitosos cumprimentos.
Carlos Serra
Centro de
Estudos Africanos
Universidade
Eduardo Mondlane
3 comentários:
Si kutoa juu inaelekea Msumbiji
[Nao desistir de sonhar Moçambique]
Para não morrer a liberdade de expressão, expresso-me: Presidente Nyusi, não busque ser bem visto, trabalhe. Busque diferença na acção (não na intenção...) e nós, teu povo, lhe esperamos desde o dia 15... confiamos em ti!
A incapacidade de um Estado proteger os seus cidadãos é uma forma de contribuição institucional aos males que afligem o povo.
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