11 junho 2012

A hipótese do duplo poder (10)

O décimo número da série, baseada num trabalho do jornal "O País", versão digital, conferível aqui. Prossigo no ponto 2 do sumário proposto aqui.
2. A especificidade moçambicana. Escrevi no número anterior que a dominação real desejada pelos produtores da pátria tem menos a ver com o poder de figuras com os nomes A, B ou C, do que com uma lógica grupal, lógica que vai para além da visão habitualmente individualizante consistindo em ver Guebuza, por exemplo, como um candidato ao poder eterno do tipo mugabeano. É no interior dessa lógica que é avaliada a ameaça de concorrentes políticos jovens e hábeis de outros partidos. Envelhecidos os líderes da luta de libertação, a ameaça externa reduz o risco da concorrência interna e segrega a procura cuidadosa de antídotos.
Se não se importam, prossigo mais tarde.
(continua)

2 comentários:

Salvador Langa disse...

Excelente.

nachingweya disse...

A pobreza mora nas cabeças dos dirigentes que se pretendem eternizar em funções de poder.