5. Identidades e relações de poder. O discurso publicitário urbano procura diluir estatutos, grupos, classes e desigualdades, criando o perfil de um corpo social homogéneo capaz de comportamentos previsíveis, expressão da modernidade líquida. Porém, esse discurso não é, afinal, estrangeiro a relações e a grupos, não é exterior às relações capitalistas, às relações de poder. A sexualização do corpo feminino tem particular expressão no discurso. Sexualizar o corpo feminino é dar-lhe um destino unívoco traçado androcentricamente: o de mercadoria, perfeitamente hipostasiada no que quisermos, numa cerveja, por exemplo. Tratar o corpo feminino como o receptáculo de desejos masculinos é produto de relações de poder nas quais a mulher é retirada do seu papel de mãe e educadora e transformada em objeto sexual puro. É o efeito strip-tease, do qual falarei no próximo número.
Prossigo mais tarde.
(continua)
4 comentários:
Assino por baixo.
Mulheres são iguais apenas a sexo para muitos homens.
Mas sobram sempre uns Homens Simpáticos, Respeitosos, Amantes Ardentes, e... Lúcidos.
hehehe
Eu gostaria de propor o seguinte teste. Homens,vamos lá!
Imaginemos que a rapaziada de musculatura perfeita, "sx pack" de abdominais, passavam a ser os objectos sexuais da propaganda comercial. Estes seriam os corpos por quem as nossas avós, mães, tias, irmâs, primas, filhas e sobrinhas se babariam a cada anúncio na TV, rádio, outdoors, etc.
Como é que nós os homens nos sentiríamos: bem ___ , mal ___ .
Nota: Respostas racionalizadas para além do "x" necessário acima não contam.
Vamos lá. Sair da toca. Honestamente e em público.
Quero ficar para ver os resultados.
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