06 março 2011

A cada um segundo as suas necessidades, a cada segundo o seu Samora (12)

Se é o homem é a medida de todas as coisas, a política é a medida de todos os heróis.
Vamos lá então avançar um pouco nesta encruzilhada samoriana.
Perguntei-me e perguntei-vos anteriormente quantos prismas é possível adoptar no tocante a Samora Machel, ícone nacional este ano tornado modelo político. E perguntei-me e perguntei-vos por quê.
Prossigo na abordagem do prisma social inconveniente, aquele que salienta o transformador social que habitava Samora.
As tentativas para transformar as relações de produção e de reprodução social trouxeram da luta armada de libertação e das áreas libertadas o selo da intransigência castrense e, num país que tinha ritmos e experiências históricas diferentes, o princípio da recusa de meios-termos e de opções. A produção política sistemática da teoria do inimigo, acompanhada da criminalização imediata dos opositores, foi ao mesmo tempo causa e consequência de um compósito dialéctico de projectos, de percursos, de alegrias, de tristezas, de sonhos, de equívocos, de malogros, de resistências, de infelicidades e de cansaço. A teorização do esforço para mudar as relações sociais precisa, então, ter em conta duas coisas: a produção teórica da mudança e as consequências da prática dessa produção. Ambas as coisas fazem a história do que chamo prisma social inconveniente.
Prossigo mais tarde (crédito da foto aqui).
(continua)

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