O «não vale a pena» é, como sabeis, uma expressão muito corrente nos meios urbanos moçambicanos, especialmente entre os grupos sociais mais pobres e entre os estudantes. Creio que essa expressão é uma espécie de ângulo de refracção do social, uma tradução eventual de impotência conformada, acompanhada, aqui e além, como observo frequentemente, pelo riso libertador. Mas acontece que há uma outra expressão, não menos popular, mas, essa, optimista: «não há crise», quer dizer, a vida continua.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
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