Análises faz-de-conta [4]
Número anterior aqui. Escrevi, já, que uma das pessoas no país que mais objecto tem sido do tipo psicologizante de análise é o Presidente da República, Eng.º Filipe Nyusi. A esperança em certos círculos de um Nyusi demiurgo revela-se em inúmeras crenças e enunciações do género "Nyusi não tem poder", "Nyusi não controla o partido", "Nyusi não foi ainda capaz de vencer a herança dos antecessores", "Nyusi não conhece o país", "Nyusi não controla o Estado", "Nyusi é um presidente faz de conta", etc. Como observei, para os referidos círculos o Presidente devia possuir a extraordinária, faraónica capacidade de mudar não importa o quê, como e quando, só por si, independente de colectivos, regras e deveres. Esse é um desejo que evacua por completo o imperativo de as instituições estatais funcionarem sem o empurrão de seres providenciais. Aliás, o Presidente tem dito com frequência que não lhe compete imiscuir-se no seu funcionamento.
Mas não só. Na verdade, é admirável a capacidade de certas pessoas de avaliar outrem a partir de certos pressupostos, certos jornais, certas aparências, sem nenhum conhecimento real de quem é esse outrem e de quais são os seus círculos de história, trabalho, contacto e lazer.
Adenda às 05:51 de 11/08/2016: alguém me chamou a atenção para uma crítica do Lázaro Mabunda feita na sua página do Facebook, aqui.
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