"O mesmo está em nós: vivo e morto" (Heráclito)
Enquanto, em fim-de-semana, especialmente aos sábados, na cidade de Maputo, centenas de pessoas apadrinham, casamentam vários casamentos no belo Jardim dos Namorados, na Av. Friedrich Engels, da mamana de capulana e sapatilha das xicalamidades à madame vestida pelos últimos modelos da alta costura maputense, dos 4x4 aos chapas e aos aswicorocoro (carros velhos) fumarentos, com coros protestantes, dança, noivos, noivas trazendo no ventre um novo ser, enquanto isso, em idêntico compasso de vida na vida da morte, milhares de pessoas estão no abarrotado e frequentado cemitério de Lhanguene em seu espantoso mundo do tudo se faz, se vende, se mira e se sente, visitando seus mortos e espíritos em azáfama sem fim.
E assim, na diástole e na sístole da vida, peça única, somos a água que, sem nome e história, oscila nas almadias da vida, para trás e para diante, morrendo para viver, vivendo para morrer.
E assim, na diástole e na sístole da vida, peça única, somos a água que, sem nome e história, oscila nas almadias da vida, para trás e para diante, morrendo para viver, vivendo para morrer.
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