01 maio 2016

Os problemáticos problemas de uma vala dita comum

Corre na internet a notícia de uma vala comum com 120 corpos localizada no centro do país. A única fonte do fenómeno são três afirmados camponeses, segundo certa imprensa, certos blogues do habitual copia/cola/mexerica e certas páginas do Facebook. Porém, como ninguém viu a campa e os corpos salvo os afirmados três camponeses, resvala-se agora para a existência de 15 corpos "nas imediações da vala comum". Por outras palavras, 15 corpos [acompanhados de fotos chocantes sem autoria confirmável, uma vez mais com a assertiva de que foram vistos por camponeses] passam por 120. Subjacente está a ideia de que os responsáveis pelas supostas mortes são forças governamentais de segurança. Confira uma notícia a propósito, cheia de contradições, da "Rádio França Internacional", com o título taxativo "Vala comum confirmada em Moçambique", aqui.
Adenda: em notícias correndo viralmente o mundo sobre a suposta vala comum moçambicana, houve quem colocasse fotos alusivas a uma vala comum das Filipinas. Recorde aqui.
Adenda 2 às 20:11: a dúvida metódica é sempre útil em situações como esta.
Adenda 3 às 21:04: os problemas da dívida pública de Moçambique parece terem acelerado a responsabilização generalizada e multifactorial do Estado pela ocorrência de certos fenómenos sociais graves, como se por obra de uma contaminação causal de fundo emotivo.

1 comentário:

nachingweya disse...

Uma vala comum não se esconde e não se desloca. A seu tempo ela falará se existe.
O que existe comprovado sao os corpos que dizem ser 15 proximo de uma corrente de água segundo imagens trasmitidas pela RTP hoje citando fonte da agencia luso. Na imagem ve-se ao fundo um contingente militar. A noticia nao refere se os 15 corpos humanos foram ou se serão enterrados ou cremados. Os contingentes militares deviam integrar os seus agentes de serviço civico para estas tarefas humanitarias.