Anos atrás dirigi uma pesquisa tendente a estudar o comportamento eleitoral nas primeiras eleições autárquicas realizadas em Junho de 1998, com equipas de investigadores em três províncias. Na capital de uma dessas províncias, fui confrontado com o desespero da equipa local. Foi-me dito que tinham fracassado todos os seus esforços para falar com membros de um determinado partido político, pois estes recusavam-se sistematicamente a fazê-lo. Por isso os investigadores estavam tristes e não sabiam como proceder.
Um dia, no "Grundrisse", Marx escreveu uma coisa lapidar: é preciso saber se a impossibilidade de solução de uma questão não está contida nas premissas da questão. Frequentemente – acrescentou ele – a única possível resposta é a crítica da questão e a única solução é negar a questão.
Efectivamente e por erro inicial meu, os investigadores trabalhavam sobre premissas clássicas: a chave para eles residia em fazer com que membros do tal partido falassem, que respondessem a perguntas.
Ora, a questão tinha de ser negada. Negada a questão, tínhamos a resposta, a saber: recusar responder é responder de uma certa maneira. Tinha faltado, portanto, a noção da presença da ausência e a capacidade para a analisar.
Um dia, no "Grundrisse", Marx escreveu uma coisa lapidar: é preciso saber se a impossibilidade de solução de uma questão não está contida nas premissas da questão. Frequentemente – acrescentou ele – a única possível resposta é a crítica da questão e a única solução é negar a questão.
Efectivamente e por erro inicial meu, os investigadores trabalhavam sobre premissas clássicas: a chave para eles residia em fazer com que membros do tal partido falassem, que respondessem a perguntas.
Ora, a questão tinha de ser negada. Negada a questão, tínhamos a resposta, a saber: recusar responder é responder de uma certa maneira. Tinha faltado, portanto, a noção da presença da ausência e a capacidade para a analisar.
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