Palavras todos nós usamos, mas palavras para comícios são do uso exclusivo dos gestores do poder político e estatal, uso livre no caso do partido no poder, mediante autorização no caso da oposição. E são esses gestores da palavra comicial que, por tempo indeterminado, falam às populações (termo eufórico e despolitizador) sobre o que fizeram, sobre o que farão e sobre o que esperam o povo faça, são esses gestores que trazem a espectacularidade das promessas, o desenho axiomático de um futuro que só eles conhecem, o mundo que dizem novo no mastro das palavras veementes. Os comícios são um programa permanente de avaliação e controlo políticos e a discursividade age através de uma cadeia piramidal de chefes que se revezam em visitas de inspecção e mobilização política.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
Sem comentários:
Enviar um comentário