20 março 2014

Emoções não blindadas

Há fenómenos que provocam reacções interessantes. Assim, blindados da ONU surgiram em Maputo levando à imediata e instintiva associação com guerra e intermediação, blogues do copia/cola/mexerica rapidamente inundaram a net com seu habitual alarido em parceria com redes sociais digitais feéricas. Ora, o que se passou? Segundo o DW, o comandante-geral da nossa polícia reportou a apreensão de 16 blindados da ONU, afirmando que eles teriam de sair do país, pois estavam em situação ilegal a cargo de uma empresa sul-africana. Aqui. Segundo o "Notícias", o ministro da Defesa afirmou tratar-se de um problema alfandegário. Aqui. Por sua vez, a ONU disse que os blindados vão para o Mali, são montados na Matola e têm um contrato apoiado pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos. Aqui.
Comentário: caso a ONU tenha razão, só falta saber como é possível que nem o Ministério da Defesa nem a Polícia saibam que se montam blindados na Matola com apoio norte-americano. Finalmente, uma pergunta perversa: terão os blindados de regressar à Matola?

2 comentários:

nachingweya disse...

A parte boa da noticia é que temos capacidade para fabricar blindados. Quando for necessária intermediação doméstica será com blindados "Made in Mozambique"

Foquiço disse...

E a outra pergunta é: Montar blidando nos confins da África Austral para enviá-los aos confins da África Ocidental? Ou seja, do Pacífico, o dinheiro norte-americano atravessou o Atlântico e desaguou no Indico para em seguida e via "terrestre" recuar para o Atlântico. Que razões foram consideradas:
1. Racionalidade económica?
2. Facilidades de trânsito?
3. Capacidade local (mão-de-obra barrata? recursos barratos? boa hospitalidade?...)
4. Estabilidade política?!
5. Ou "Pérola do Índico"?