Existem dois tipos de verdades: a verdade útil e a verdade verdadeira. A primeira dá-nos o conforto de uma certeza sem certeza, do género: não há fumo sem fogo. A segunda dá-nos a plenitude da irrevogabilidade, do género: dois e dois são quatro.
Claro que o bom senso obrigará a dizer algo ao nível da verdade verdadeira: então não se vê logo que Filipe Nyussi está do lado da Frelimo?
Em política e no bom senso em geral, há o fenómeno fascinante de se tomar a verdade útil por verdadeira. Exemplos: o candidato presidencial da Frelimo, Filipe Nyussi, é o candidato de Guebuza (diversos jornais digitais, blogues e redes sociais); o candidato presidencial da Frelimo, Filipe Nyussi, está conotado com a guerra (Fernando Mazanga da Renamo); o candidato presidencial da Frelimo, Filipe Nyussi, é o candidato do povo ("Notícias" de 03/03/2014, a seis colunas na primeira página, acompanhada de uma enorme fotografia de Nyussi).
Antes de prosseguir no que pretendo mostrar, julgo importante colocar como hipóteses que a futura propaganda eleitoral já possue duas formulações "précandidatas": Nyussi como arauto da guerra (Renamo) e Nyussi como candidato do povo ("Notícias").
Mas regressemos à impertinente e na aparência redundante pergunta desta postagem: a que lado pertence Filipe Nyussi?
Resposta: por enquanto não sabemos, para além da verdade verdadeira de que Filipe Nyussi é o candidato presidencial da Frelimo.
Avancemos assim: o que poderemos saber no futuro, através dos carris da história? Por hipótese, fenómenos e respostas a perguntas do tipo: quais os grupos sociais que a linha nyussiana apoiará em caso de vitória presidencial? Terá em conta interesses empresariais estratégicos? Serão os já existentes? Serão outros? Entrará em conflito? Adaptar-se-á? Fará da exportação de matérias-primas a coluna vertebral do seu programa de governação ou procurará, antes, criar uma indústria nacional monitorada por uma burguesia moçambicana criadora, forte e patriota? Em que é que poderá distinguir-se das anteriores presidências em caso de vitória nas eleições marcadas para Outubro? Será um presidente-aspirina ou presidente-antibiótico? Resgatará uma linha samoriana de transformação das relações sociais ou abandoná-la-á definitivamente? Será um presidente subserviente à presidência política guebuziana na perspectica do duplo poder ou saberá dar autonomia à sua presidência? Que tipo de presidência? Resgatará uma linha samoriana de independência social ou abandoná-la-á definitivamente? E a nível das relações internacionais, que alianças fará, que parceiros escolherá? Finalmente: será um presidente que decalca o passado deixa-andar ou um presidente criador de um futuro verdamente social?
Então, a pergunta desta postagem pode, agora, ser corrigida assim: a que lados poderá pertencer Filipe Nyussi?
Claro que o bom senso obrigará a dizer algo ao nível da verdade verdadeira: então não se vê logo que Filipe Nyussi está do lado da Frelimo?
Em política e no bom senso em geral, há o fenómeno fascinante de se tomar a verdade útil por verdadeira. Exemplos: o candidato presidencial da Frelimo, Filipe Nyussi, é o candidato de Guebuza (diversos jornais digitais, blogues e redes sociais); o candidato presidencial da Frelimo, Filipe Nyussi, está conotado com a guerra (Fernando Mazanga da Renamo); o candidato presidencial da Frelimo, Filipe Nyussi, é o candidato do povo ("Notícias" de 03/03/2014, a seis colunas na primeira página, acompanhada de uma enorme fotografia de Nyussi).
Antes de prosseguir no que pretendo mostrar, julgo importante colocar como hipóteses que a futura propaganda eleitoral já possue duas formulações "précandidatas": Nyussi como arauto da guerra (Renamo) e Nyussi como candidato do povo ("Notícias").
Mas regressemos à impertinente e na aparência redundante pergunta desta postagem: a que lado pertence Filipe Nyussi?
Resposta: por enquanto não sabemos, para além da verdade verdadeira de que Filipe Nyussi é o candidato presidencial da Frelimo.
Avancemos assim: o que poderemos saber no futuro, através dos carris da história? Por hipótese, fenómenos e respostas a perguntas do tipo: quais os grupos sociais que a linha nyussiana apoiará em caso de vitória presidencial? Terá em conta interesses empresariais estratégicos? Serão os já existentes? Serão outros? Entrará em conflito? Adaptar-se-á? Fará da exportação de matérias-primas a coluna vertebral do seu programa de governação ou procurará, antes, criar uma indústria nacional monitorada por uma burguesia moçambicana criadora, forte e patriota? Em que é que poderá distinguir-se das anteriores presidências em caso de vitória nas eleições marcadas para Outubro? Será um presidente-aspirina ou presidente-antibiótico? Resgatará uma linha samoriana de transformação das relações sociais ou abandoná-la-á definitivamente? Será um presidente subserviente à presidência política guebuziana na perspectica do duplo poder ou saberá dar autonomia à sua presidência? Que tipo de presidência? Resgatará uma linha samoriana de independência social ou abandoná-la-á definitivamente? E a nível das relações internacionais, que alianças fará, que parceiros escolherá? Finalmente: será um presidente que decalca o passado deixa-andar ou um presidente criador de um futuro verdamente social?
Então, a pergunta desta postagem pode, agora, ser corrigida assim: a que lados poderá pertencer Filipe Nyussi?
2 comentários:
Na verdade esta indagação será tomada em conta pelos que vem se despertando cada vez mais politicamente, desde então até as úrnas. Para mim, existe uma hipótese muito forte de que o candidato, ao vencer, poderá seguir a linha que o partido definir (geralmente, ditada pelos mais fortes), pelas seguintes razões:
1. constituía de antemão uma das preferências do chefe ou dos mais fortes;
2. a força do partido tem suplantado a dos seus líderes quando isolados (caso do recente ex-SG), razão por que terá que buscar sua ala...
3. o facto de não pertencer a geração 25/9, o que em algum momento pode o tornar vulnerável as diferenças e preferências das alas nessa geração.
4. poderá não ser tão forte o suficiente para encarar e combater a grossa corrupção que virou moda na nossa administração, dado que os grandes corruptos tendem a ser "intocáveis", o que lhe pode remeter a um deixa-andar ao seu estilo, portanto, poderá ser um presidente-aspirina.
Quero ressalvar que as mesmas questões são (ou fazem sentido também serem) levantadas, aquí e acolá, sobre a futura administração nacional, se o “candidato do civil” vencer...
Sem mais, que prevaleça a PAZ!
Basta ler o que tem sido dito por certos ministros dos negocios estrangeiros que nos visitaram ha pouco, para se saber de que lado esta Nyussi. E no Rovuma onde tudo se aposta. Logo, e natural que o proximo PR fosse das proximidades. E o novo SG conhecesse bem o terreno que pisa.
Depois, vai-se transferir o risco politico de Tete para o mar, e um ultimato sera feito a Dhlakama, que tera que optar pela GUERRA ou pela PAZ.
Deja-Vu!
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