Quando um grupo se considera senhor de algo que entende ser vital para a sua reprodução social, produzirá através dos seus intelectuais orgânicos uma teoria sistemática destinada a justificar o status quo. Se esse grupo ainda não é senhor desse algo vital mas aspira a sê-lo, da mesma forma produzirá através dos seus intelectuais orgânicos uma teoria destinada a justificar a luta nesse sentido, invocando direitos históricos, legitimidade moral, etc. Em qualquer dos casos, na luta, o grupo detentor de algo muito importante ou a isso aspirando produzirá sobre si uma visão de bondade e pureza e sobre os inimigos uma visão de maldade e impureza. Os membros do grupo hegemónico outorgam-se o direito de se considerarem beneficiários por natureza e de considerar os outros como excluídos dos benefícios porque estrangeiros. O alvo é, sempre, um determinado conjunto de recursos de poder. É este conjunto de recursos de poder que dá origem, na luta, à inclusão de uns e à exclusão de outros e à produção permanente de ideologia ratificadora.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
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