Um porta-voz do Ministério da Função Pública disse que o Governo não está em condições de subir mais os salários no presente ano, um porta-voz do Ministério de Saúde disse haver ameaças aos que não aderiram à greve, o presidente da Associação Médica de Moçambique afirmou que o governo é responsável pela paralização laboral, um porta-voz da Comissão dos Profissionais de Saúde Unidos afirmou que essa comissão não tem ameaçado os que não aderiram à greve, lembrando que os grevistas são funcionários do Estado e têm obrigações a cumprir a ministra da Função Pública, Vitória Diogo, disse que o governo sempre esteve e está aberto ao diálogo, três ministros afirmaram que os médicos abandonaram os doentes à sua sorte, estudantes estagiários e do primeiro ano dos Institutos de Ciências de Saúde do país trabalham nos hospitais e postos de saúde, pessoal da Universidade Unilúrio procura colmatar lacunas laborais em Nampula, muitos doentes estão desesperados - resumo de um extenso trabalho da estação televisiva STV no seu noticiário das 20 horas.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
2 comentários:
Claramente uma situação alarmante, sendo muuito triste ver tanta gente a sofrer nos hospitais.
(Imagino que durante o Conselho de Ministros desta Terça-feira se serviu Arroz frito ao lanche!)
Mas como faltam recursos para aumentar o salário a 1000 médicos num país em que se esbanjam milhões sem retorno nos Fundos Distritais, Presidencias Abertas, viagens infundadas da Primeira Dama, revisoes constitucionais sem cabimento (pelo menos ao nível do que é transparente), construção abusiva de estátuas e outras despesas perfeitamente dispensáveis num país em que 60%, sim, 60%!,da população-cerca de 14 milhões de pessoas- vive abaixo da linha da pobreza, isto é , com menos de 29 MT por dia? Não estariam estes dinheiros melhor aplicados na melhoria das condições de trabalho daqueles cuja actividade é Salvar Vidas?
A solução encontrada pelo Governo de Moçambique para tratar dos doentes moçambicanos é entregá-los às mãos de alunos de enfermagem e alunos de medicina. Entregá-los àqueles que ainda não têm licença para trabalhar naquela área(imagine uma greve de motoristas dos TPM e o governo a requisitar alunos das escolas de condução para asegurar serviços)! Honestamente que mais me parece uma medida de aventureiros do que de governantes.
PS.Pelo semblante dos muitos ministros que falaram ontem (ainda que incompreensível a ausência do mais relevante é raro falarem tantos de um mesmo assunto) acho que receberam instruções claras de retomar a negociação com a AMM e resolverem o assunto com celeridade.
Tomara que os médicos se unissem.
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