22 maio 2013

O aguilhão da história (sobre o assassinato do taxista moçambicano) (30)

"(...) a nossa preocupação no que se refere aos moçambicanos na África do Sul tem a ver com a extrema violência com eles tem sido tratados quando cometem crimes. Isto aconteceu agora, foi um caso excepcional, admitamos, mas também temos tido conhecimento de que os caçadores furtivos normalmente são mortos." - ministro Oldemiro Baloi
Trigésimo número da série. Prossigo no oitavo número do sumário proposto aqui, a saber: 8. A produção de estereótipos sobre a colónia braçal. Deixei no número anterior esta pergunta: o que significa ser bode expiatório? E respondi assim: significa algo que nada tem a ver com a crueldade em si da polícia sul-africana ou com a violência em si do povo sul-africano, como certos círculos gostam de asseverar. Significa então o quê? Significa que o bode expiatório se constitui nas representações populares como a saída, como a cura, como a solução para os problemas sociais que começam a ser sentidos por uma determinada comunidade num determinado período. Torna-se necessário falar desses problemas geradores de estereótipos. Permitam-me prosseguir mais tarde.
(continua)
Adenda: o vídeo a seguir contém imagens chocantes, aqui.
Adenda 2 às 7:34 de 05/03/2013: ouvidos ontem pela estação televisiva STV, camionistas moçambicanos que escalam a África do Sul queixaram-se de constantes maus tratos por parte da polícia sul-africana. Eles não gostam dos Moçambicanos - eis o resumo das intervenções.
Adenda 3 às 00:54 de 11/03/2013: este acontecimento trágico é propício não só ao sensacionalismo baixo-preço de certa imprensa, das redes sociais e dos blogues do copia/cola, como, também - estudem as televisões locais -, aos jogos políticos em geral e a certos jogos eleitoralistas em particular.
Adenda 4 às 00:51 de 22/03/2013: um trabalho no Sowetan (obrigado ao FL pelo envio da referência), com o título abaixo:

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