Os médicos têm um enorme poder, o poder sobre a vida e seus imensos segredos, o poder de prevenir, curar ou atenuar esse banal - mas sempre espantoso e atemorizante - fenómeno que se chama doença ou que se chama dor. Eles sabem analiticamente disso e, intuitivamente, nós também. É por isso que não é fácil tratá-los como meros grevistas. Não é fácil substituir médicos. Assim como também não é fácil vê-los abandonar doentes.
Adenda às 19:28: a propósito da greve dos profissionais da saúde no país, um trabalho do @Verdade, aqui.
Adenda 2 às 19:30: Director do Hospital Central de Maputo: “Nunca se pode abandonar doentes urgentes. Em nenhuma circunstância”, disse visivelmente agastado, para de seguida acrescentar “nunca podemos abandonar os doentes que estão ao nosso cuidado. Isto está postulado no código deontológico da Ordem dos Médicos de Moçambique que é a instituição que superintende a nossa prática profissional” - um trabalho da Rádio Moçambique, aqui.
Adenda 3 às 19:39: em 1996 proferi uma "oração de sapiência" na Faculdade de Medicina na Universidade Eduardo Mondlane com o título "O desafio de uma medicina bernardiana em Moçambique". O texto está aqui.
Adenda 4 às 20:30: militares, estudantes e administrativos procuram a nível de hospitais e postos de saúde suprir a ausência de médicos e enfermeiros que entraram hoje em greve. Doentes queixam-se amargamente, aqui e acolá profissionais da saúde em greve conversando ou dançando - um trabalho da estação televisiva STV no seu noticiário das 20 horas em várias capitais provinciais do país.
Adenda às 19:28: a propósito da greve dos profissionais da saúde no país, um trabalho do @Verdade, aqui.
Adenda 2 às 19:30: Director do Hospital Central de Maputo: “Nunca se pode abandonar doentes urgentes. Em nenhuma circunstância”, disse visivelmente agastado, para de seguida acrescentar “nunca podemos abandonar os doentes que estão ao nosso cuidado. Isto está postulado no código deontológico da Ordem dos Médicos de Moçambique que é a instituição que superintende a nossa prática profissional” - um trabalho da Rádio Moçambique, aqui.
Adenda 3 às 19:39: em 1996 proferi uma "oração de sapiência" na Faculdade de Medicina na Universidade Eduardo Mondlane com o título "O desafio de uma medicina bernardiana em Moçambique". O texto está aqui.
Adenda 4 às 20:30: militares, estudantes e administrativos procuram a nível de hospitais e postos de saúde suprir a ausência de médicos e enfermeiros que entraram hoje em greve. Doentes queixam-se amargamente, aqui e acolá profissionais da saúde em greve conversando ou dançando - um trabalho da estação televisiva STV no seu noticiário das 20 horas em várias capitais provinciais do país.
2 comentários:
Vamos a ver até onde vai durar esta história.
Lutar por condições mais dignas de vida e de trabalho é aquilo que temos aprendido e ensinado ser a auto-estima.
Foi a humanização da vida, a auto-estima de uma nação que impulsionou os jovens do 25 de Setembro a pegarem em armas para libertar o país.
A auto-estima dos médicos deve ser honrada e acarinhada pelo reconhecimento governamental sem mais delongas. A arma que eles empunham chama-se Conhecimento e posicionar-se contra este é ser ignorante.
A imolação de um jovem desempregado desencadeou a Primavera Árabe em Marrocos, a morte de várias pessoas nos hospitais por virtude da surdez e da arrogância de quem devia governar a todos de maneira equitativa pode ter um preço.
Enviar um comentário