07 outubro 2012

A pobreza mora na cabeça? (16)

Décimo sexto número da série. No número anterior escrevi que se excluirmos uma análise em termos de relações sociais concretas seremos presas fáceis da teoria idealista de que a pobreza habita a cabeça, de que a pobreza é coisa de espírito ou de défice de espírito. Na verdade, nada é mais ingénuo do que supor que cada um de nós, com sua vontade, com o seu querer, de per si, é livre de mudar as relações sociais ou de as pôr ao seu serviço pela varinha mágica da vontade; do que supor que é com o esforço individualmente considerado que a vida muda em sua configuração e em sua teia relacional. Semelhante tipo de suposições radica na crença de que o social é uma mera adição de indivíduos, uns melhores e outros piores, uns capazes e outros incapazes, uns regidos por Deus e outros, pelo Diabo. Permitam-me prosseguir mais tarde (imagem reproduzida daqui).
(continua)
Sugestão: recorde a minha série em sete números intitulada Onde moram os pobres?, aqui.

3 comentários:

TaCuba disse...

http://www.rm.co.mz/index.php/the-news/5084-nao-ha-distribuicao-da-riqueza-guebuza.html

Joana disse...

O Cuba não poderia ter arranjado melhor exemplo...

Salvador Langa disse...

Excelente é a palavra que tenho.