Segundo número da série. Habituámo-nos a encarar a África do Sul como a coluna vertebral do apartheid, da segregação racial. Habituámo-nos a analisá-la com base na cor da pele. Agora, face ao massacre de Marikana, sentimo-nos perturbados, falta-nos a instintiva gazua daltónica da cor da pele, custa-nos efectuar o trânsito entre o conflito racial e o conflito laboral. Entretanto, mais um pouco do passado: a foto acima documenta o massacre de Soweto, ocorrido em 1976, no qual foram mortos quatro alunos. Crédito da imagem aqui. Recorde aqui.
(continua)
Adenda: entre os vários trabalhos referentes à África do Sul conferíveis neste diário, sugiro recordem a série em oito números intitulada A África do Sul de Malema, divulgada o ano passado, aqui.
Adenda 2 às 7:12: um trabalho em espanhol no Gara, aqui.
Adenda 3 às 7:17: um trabalho de Justice Malala no TheGuardian, aqui.
Adenda 4 às 7:23: "Nenhum acontecimento desde o fim do Apartheid pode resumir a superficialidade da transformação neste país como o massacre de Marikana. O que ali aconteceu irá ser discutido por muitos anos. Já é evidente que os mineiros irão ser culpados de serem violentos. Os mineiros serão retratados como selvagens. Ainda assim, a verdade é que a polícia fortemente armada com munições reais disparou e matou brutalmente mais de 35 mineiros. Muitos mais ficaram feridos. Alguns irão morrer por causa desses ferimentos. Outros dez trabalhadores já tinham sido assassinados nas vésperas deste massacre." - Uma tragédia brutal que nunca deveria ter acontecido - título do editorial da revista sul-africana Amandla, em inglês aqui, em português aqui.
Adenda 5 às 8:02: A política sangrenta da platina - o que está por trás do massacre, incluindo os negócios - um trabalho de Charlie Kimber aqui.
Adenda 2 às 7:12: um trabalho em espanhol no Gara, aqui.
Adenda 3 às 7:17: um trabalho de Justice Malala no TheGuardian, aqui.
Adenda 4 às 7:23: "Nenhum acontecimento desde o fim do Apartheid pode resumir a superficialidade da transformação neste país como o massacre de Marikana. O que ali aconteceu irá ser discutido por muitos anos. Já é evidente que os mineiros irão ser culpados de serem violentos. Os mineiros serão retratados como selvagens. Ainda assim, a verdade é que a polícia fortemente armada com munições reais disparou e matou brutalmente mais de 35 mineiros. Muitos mais ficaram feridos. Alguns irão morrer por causa desses ferimentos. Outros dez trabalhadores já tinham sido assassinados nas vésperas deste massacre." - Uma tragédia brutal que nunca deveria ter acontecido - título do editorial da revista sul-africana Amandla, em inglês aqui, em português aqui.
Adenda 5 às 8:02: A política sangrenta da platina - o que está por trás do massacre, incluindo os negócios - um trabalho de Charlie Kimber aqui.
4 comentários:
Ora aqui está um ponto importante levantado pela Amandla, eu ontem já tinha escrito que os trabalhadores seriam considerados os maus da fita, se formos visitar certos periodicos online e blogs (atenção as fotografias exibidas) logo veremos o ataque directo ou disfarçado aos maus dos mineiros, a defesa da repressão policial com balas reais, etc. etc. Volto mais tarde.
É certo que quando quem mata é aquele de quem se espera protecção - a Polícia - ,sob as ordens de quem se espera regulação - O Governo - e este emana da organização que derrotou o apartheid - o ANC -, torna-se muito difícil contornar a evidência de que os Libertadores estão a massacrar o povo. O que leva a questionar sobre quem são, afinal, os libertados do ANC. A elite branqueada que agora tem assento nos "boards" das multinacionais?
O discurso segundo o qual os mineiros são violentos não pode ser defensável face à eloquência das imagens- graças a Deus, muitas.
Se não houver capitulação da causa mineira e se algumas figuras como a Winnie Mandela forem coerentes com que o dizem ser a razão da sua luta, este pode ser o ocaso do ANC.
A policia disparou para o ar. Varios manifestantes foram mortos em vôo.
Aforisma de Slobodan Simic / Sérvia
(Translated by Google)
Sir Baba, leia amanhã muita coisa nova na série.
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