Perdemos por 69/72 em basquetebol feminino com a Nigéria, para os Jogos Africanos, jogo terminado há momentos. Creio que perdemos qualquer possibilidade de ganhar uma medalha. Devo confessar que fiquei triste.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
2 comentários:
PARABENS A SELECCAO FEMININA DE BASQUET AO MENOS ESQUECEMOS DE MUITA COISA POR ALGUNS DIAS VALEU CONTINUEM ASSIM SOUBERAM NOS REPRESENTTAR BEM HAJA
PS. SERIA SALUTAR QUE CONTINUASSEM COM A EQUIPA TECNICA E SE POSSIVEL REFORCAREM NA COM UM PSICOLOGO
MÁRIO LITHURI
Em jeito de balanco (porque sempre me interessei por desporto) devo dizer que Mocambique em femininos bateu-se com galhardia, esgotando TODOS os argumentos que tinha.
Porque, Mocambique, mesmo para o contexto africano, e uma equipa com estatura media-baixa para o Basquetebol. E sempre foi assim. No entanto, no passado, pode conquistar alguns titulos. E por que? Porque as equipas mocambicanas (masculinos e femininos) caracterizavam-se por:
1- Defesa zona pressionante, com variacoes de um a dois bases. Varrendo o ataque adversario que, caso nao tivesse tecnica individual apurada cometia faltas ou perdia bolas;
2- Alto indice de conversao dos 6,25 m (3 pontos) e nos lances livres (1 ponto);
3- Contra-ataques rapidos e venenosos, com alto indice de conversao (2 pontos) e muitas vezes com faltas (1 - 2 lances livre e/ou com reposicao de bola);
4- A falta de envergadura fisica era compensada pela grande resistencia dos jogadores;
5- Tecnica individual acima da media de jogadores na posicao de base e/ou extremos. Os postes eram baixos e toscos. So se dedicavam aos ressaltos (defensivos, para iniciar o contra-ataque; ofensivos, para reiniciar o carrossel de ataque a tabela adversaria). Aprendiam tambem a defender a zona e homem-a-homem, jogadores de estatura muito mais alta. Nao era um jogo bonito, mas estava perfeitamente adaptado as nossas necessidades anatomicas e tecnicas. Em 1984, o tecnico americano, Chuck Skauskang(???), fez algumas demonstracoes publicas de como isso era feito, com ele proprio (media 1.75 coisa e tal) a defender o Belmiro Simango eficientemente (http://www.maxaquene.co.mz/article.php3?id_article=6). Quebrando o mito do JOGADOR ALTO.
Ora, nos tempos recentes, verificou-se que anatomicamente, os jogadores mocambicanos cresceram em media alguns centimetros e tornaram-se mais pesados e com maior poder de impulsao. E com isso, alguns comecaram a pensar que jogavam como os astros na NBA...Contudo, a obsessao pelo HOMEM/MULHER ALTOS E FORTES tornou-nos mais lentos, pesados e menos resistentes. E foi justamente o que aconteceu com esta seleccao feminina e o que ira certamente suceder com os masculinos. A medida que o torneio foi caminhando para o final, os indices fisicos quebraram e sem o efeito surpresa inicial, passaram a jogar como as demais seleccoes candidatas ao titulo, muito mais altas e rotinadas aquele estilo de jogo. Angola, foi uma agradavel surpresa e mostrou qualidades, mas pelas mesmas razoes baqueou frente ao Senegal, uma seleccao minimalista, mas que mostrou determinacao, organizacao tactica, eficiencia na conversao de lances e defesa pressionante. Ao fim ao cabo, o estilo "Mocambicano" de jogar dos anos 80-90 que tantas alegrias nos deu.
Concordo com o recurso a um Psicologo,sobretudo, quando Mocambique nao conheceu o sabor da derrota na primeira fase do torneio, com vitorias suadas, algumas tangenciais. Possivelmente, ficamos convencidos que as MENINAS eram invenciveis! Mas nao sao...
Portanto, ha que recuperar o nosso velho estilo de jogo, se quisermos chegar la!
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