07 setembro 2011

Líbia

Os interesses e os lucros ocidentais na guerra da Líbia, em trabalho de Garikai Chengu, pesquisador na Faculdade de Artes e Ciências da Universidade de Harvard, aqui. Para traduzir, aqui.

13 comentários:

Muna disse...

Antes amigos, hoje inimigos. Em relações internacionais isso é normal. A diplomacia é um trabalho de discrição, interesses obscuros e resultados, engana-se quem pensa o contrário.

É um facto que o coronel Kadhafi tinha que sair. Para mim, ditadura SIM, monarquia familiar NÃO. É o que defendo: uma ditadura suavizada.

Kadhafi não aprendeu o suficiente com Mugabe. Pensou que com o seu petróleo estava livre dos "indomáveis". Enganou-se.

Por outro lado, os "indomáveis" perceberam que, a única via para tirar Kadhafi do poder, é fazer adormecer as abelhas da colmeia. E como em qualquer sistema há falsos profetas, dopá-los não custou. Nenhum oprimido resiste a carta de euforia.

E diria o poeta, muito bem, que:

"Como tirar mel da colmeia senão criar condições para o adormecer das abelhas?" Zás!!!


Por mais que Kadhafi resista, a melhor coisa a fazer, tendo em conta a urgência dos imperialistas em tapar o buraco financeiro das suas finanças, é exílio político, escapando, assim, o TPI.

Antes que seja tarde.

É a vida, são as regras das relações internacionais: DORMIR ACORDADO SOB PENA DE SER LEVADO PELAS ONDAS, PORQUANTO QUEM MANDA NÃO É A CONJUNTURA, É A ESTRUTURA DO PODER MUNDIAL. ESTES, ALGUNS DELES, NA MINHA OPINIÃO, ESTÃO NESTA FOTO.

E agora? Perguntei ao poeta ao que me respondeu:

"Muna o funeral de uns é a festa de outros. A alegria destes é a mágoa daqueles. Isto não é invenção, pois, os factos históricos saciam os compêndios".

Zicomo

Salvador Langa disse...

Ora bom dia Professor, em nome dos povos eles, da terra e estrangeiros, fazem seus negócios e acordos até ao dia em que os mais fortes mudam algumas peças do jogo.

Paulo disse...

Negócios negócios, amigos à parte, mais fortes ganhando.

Abdul Karim disse...

O Jogo já esta a mudar ha bastante tempo,

Uns teimaram, outros nao acreditam e aqueles outros ainda dormem num sono profundo,

Os que teimaram, já estão a sair, duma ou de outra forma, a bem ou a mal, na boa ou a forca,

Os que nao acreditam, vao passar a acreditar,

E os "aqueles outros" em sono profundo, vao ser "levados" sem tempo de reacção.

Começo a compreender melhor a política Internacional, mas também com um Muna a servir de Bússola Intelectual em Política Internacional, nao tinha como nao perceber.

Regra de Ouro: Nao Ha jantares Grátis.

Hehehe,

izumoussufo disse...

Uma coisa é a força a crescer do islamismo militar, por exemplo grupo Abu Ubaidah bin Jarrah.

Muna disse...

Viva Karim,

Pois é, pois é, não há almoço grátis. A caridade não existe em relações internacionais. Elas simplesmente não fazem as relações internacionais.

Tens que ler Adriano Moreira, Nuno Rogeiro, Henry Kissinger ou mesmo, muito recentemente, El - Baradei, para compreenderes os interesses dos imperialistas, os seus truques e habilidade. Assim, compreenderás também o fenómeno na Líbia.

Como sempre defendi aqui, tal como o faz o nosso diplomata mor, Joaquim Chissano, apoio o presidente Mugabe.

Mas há países, aqui no Índico, que vivem na letargia. Outros ainda, ignoram os sinais do tempo.

Perguntei ao poeta se esta conjuntura árabe não era um perigo para as democracias postiças de África ao que respondeu:

"Ninguém me garante que as galinhas estão cacarejando na África do Norte apenas chocarão seus ovos. Penso que serão chocados também ovos de serpentes."

Para os imperialistas "não é importante que o gato seja preto ou amarelo, o que interessa é que cace ratos".

Zicomo

PS: Volte sempre, com análises comedidas e notícias da Índia.

Abdul Karim disse...

Muna,

OK,

Abraço.

Anónimo disse...

... e os africanos a lutar como dois gafanhotos, destraindo-se do corvo que sobrevoa os "gladiadores".

AAS

Anónimo disse...

> Interessante a referência de Muna ao que chama "Ditadura Suavizada"

> Creio ser algo parecido com o nosso defunto "Centralismo Democrático" = a ouvir os outros, marimbar-se para as suas opiniões e decidir, individualmente, a seu bel-prazer!

Abdul Karim disse...

Sobre as preferencias "sistémicas" do Muna, e "adopções familiares" dele, nao comento.

Hehehe,

Muna disse...

Advogo três tipos de ditadura

1. Suavizada
2. Musculada
3. Testiculada

A democracia têm dois principais males:

1. Legitima o mal

2. Amputa o desenvolvimento.

De resto, NÃO conheço nenhum sistema no MUNDO que não use métodos ditatoriais. Que me indique UM só.

Mas o que advogo é igual a um sistema ditatorial chinês, que precisa de um meio para atingir um fim. A China será, até 2015, FOLGADAMENTE a única potência mundial.

Em África, o que determina o curso das coisas não são as eleições, é o rugir do leão, portanto, FALTA "leões" como Samora nesta África Rainha, etc.

Até amanhã. O feriado já se foi e amanhã é dia de trabalho...

Zicomo

Anónimo disse...

Caro Zicomo,

> Democracia é, como alguém disse, um sistema com regras... o problema é que aqueles que as aplicam nem sempre têm princípios!

> A china cresce, é um facto, mas atropelando tudo o que são direitos humanos (na perspectiva ocidental).

> Argumentam que nesta fase se preocupam com o social (comida, habitação, saúde, mais poder de compra/consumo), só depois se preocuparão com os direitos humanos: dignidade,liberdade de expressão, ter 1 ou mais filhos ou filhas, etc., etc.

> Samora foi inequivocamente um Herói nacional, teve um papel determinante em todo o processo pré e pós-independência, mas, quando em 1986, dramaticamente nos deixou, já tinha dado o seu apoio à entrada do FMI e WB (todas as outras torneiras estavam fechada), autorizado os membros do partido a ser proprietários/patrões, em suma: "tinha mandado o socialismo para as ortigas".

> No meu entender Chissano, o Homem de consensos, foi a pessoa certa para a era FMI/WB.

> Obviamente, compreendo que em termos práticos, um sistema autoritário, fortemente apoiado por militares - tratando o Povo como um REBANHO - pode trazer resultado económicos de mais curto prazo.

ricardo disse...

A ditadura e boa? Pois, pois. O mais extraordinario nestas posicoes, e perceber que os adeptos mais ferrenhos de solucoes musculadas, normalmente servem-se da democracia para fazer defender as suas ideias, que nos, democraticamente, aceitamo-las tal como muitas outras.

Imagino se estivessemos em Havana a defender todos os tipos de ditadura universalmente conhecidos, como solucao primaria para o bem-estar dos cubanos. Por exemplo, defender que o corporativismo Chileno de Pinochet, como novo slogan de Fidel. O Chile e hoje um dos paises mais economicamente desenvolvido da America Latina. Mas o mais desigual tambem. Ou ate, que o sistema de Apartheid da RSA, ate teria muitas similitudes com a luta do proletariado, porque afinal permitiu a ascensao de uma classe dominada (camponesa e afrikaaner) ao poder (burguesa e anglofona). Porque os fins sempre justificam os meios.

Seria possivel, sim. Mas em democracia. Coisa que nao existe em Cuba. E ja agora em relacao a China. Espero que este entusiasmo na solidez chinesa nao se transforme numa Irlanda a escala global. Ja faz dois anos, que muitos comecaram a prever uma derrocada chinesa nos proximos 5-10 anos. Nao por causa da Bolsa Internacional, mas sim por causa do modelo atipico de desenvolvimento musculado e ditatorial, que por ser capitalista, tem estado a aprofundar as assimetrias regionais. O que antes era uma banal especulacao separatista, tornou-se num assunto serio no leste Muculmano e mesmo na Manchuria coreana e Mongolia interior. Porque, simplesmente, comunismo e capitalismo sao antagonicos. Podem-se tolerar, mas nao se misturam. Um dia, um deles prevalecera, a custa da eliminacao do outro.

E esse, e o dilema Chines. Tal como, no passado, tambem o foi em Tripoli, e com resultados a vista...

P.S.

Se puderem vejam a entrevista do Presidente do Irao, ontem na RTP.