19 julho 2011

A proibição das saias curtas em Lichinga (5)

Toda a história de mulheres foi feita por homens (Simone de Beauvoir, O segundo sexo)
O quinto número desta série.
Passo à terceira ideia apresentada no segundo número, com mais algumas hipóteses. A terceira ideia é esta: o perigo não tem a ver com o corpo, mas com a sexualidade que simbolicamente entendemos lá  existir ou colocar. Tal como a mercadoria é suposta ter trabalho armazenado, o corpo feminino é suposto ter sexualidade armazenada. Mas é a sexualidade uma característica feminina, naturalmente feminina, habitando ab initio o corpo das mulheres? Por hipótese a resposta é não. A ideia é social e historicamente masculina. Não é a mulher de mini-saia que é sexualmente perigosa, é o homem quem a faz perigosa e, vezes sem fim a fere e, até, a mata. É o homem quem simbolicamente coloca no corpo feminino a sexualidade que deseja, exiba esse corpo uma mini-saia ou não. A sexualidade profissionalizada, permanente, pagável, encontra na prostituta o expoente clássico.
Prossigo mais tarde.
(continua)

4 comentários:

Salvador Langa disse...

Não quererão aqueles chefes lá de Linchinha introduzir o pensamento de burca?

Xiluva/SARA disse...

Bravo Professor!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Anónimo disse...

Em Roma como os Romanos; em África como os Africanos: venha daí a capulana!

Anónimo disse...

Sobre vestimenta:

http://www.publico.pt/Educa%C3%A7%C3%A3o/catolica-cria-regras-de-vestuario-para-alunos-e-professores_1503662