Se analisarmos as intervenções que, no nosso país, a vários níveis, são feitas sobre política, verificaremos rapidamente quão tributárias são de uma concepção muito simples: política deve ser em permanência um exercício de moral ajustada. Então, o que se exige dos actores políticos é um comportamento regrado, ajuizado, decente, é o dever de se portarem como os meninos obedientes de escolas esmeradas, é a obrigação de respeitarem as regras hierárquicas e as relações de poder. Mais do que produtores e produtos de um jogo político aberto cujas fronteiras reais não existem, aos actores políticos exige-se que sejam dotados da cultura da obediência e do respeito pelas dominações em vigor. Os principais defensores do bom comportamento político são, muitas vezes, aqueles que tiveram de lutar fora das regras que hoje impõem, para chegarem, vitoriosamente, onde chegaram.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
1 comentário:
Tem "cultura de Estado" desde que se porte bem e respeite quem está em cima.
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