08 junho 2011

Providencialismo

Segundo reporta o Wamphula fax na sua edição de hoje, pessoas na zona costeira da província de Nampula queixaram-se ao presidente da República do comportamento de uma administradora e de um chefe de posto administrativo. Aqui.
Comentário: não é a primeira vez que o presidente Guebuza (como antes dele, afinal, os presidentes Samora e Chissano) parece surgir, nas províncias, como o homem providencial a quem podemos denunciar e em quem depositamos confiança no sentido de pôr cobro a situações irregulares. Por outras palavras, a cadeia de administração provincial do governador ao administrador parece não ser suficiente para atalhar os problemas que as pessoas apresentam nos comícios presidenciais. O presidente chega e é como se jorrasse uma imensa e urgente necessidade de falar, de contar e de denunciar. Talvez não fosse má ideia pesquisar por que isso acontece, por que tem curso de forma sistemática este providencialismo, este exercício político que coloca na penumbra o poder local, como se não merecesse confiança. Recorde aqui.

6 comentários:

Salvador Langa disse...

Ora aqui está, porquê as pessoas não se queixam ao administrador? Ou ele não resolve? Ou há medo?

ricardo disse...

Maria-queixinhas. Tipico de seres humanos com menos de 7 anos de idade...

Anónimo disse...

O grande problema disto é que a funcionalidade do aparelho do Estado é preclitante. Há que gerir o Estado respeitando as suas normas, regulamentos, etc, etc..... os nossos CPostos, Administradores, até mesmo Governadores não são em grande medida pessoas formadas para liderar as instituições do Estado. Portanto, a ideia do PR visitar o país recondito é optimo na perspectiva da unidade, da paz,da reconcialiação, do estimulo a produção, a criatividade....só que tudo acaba depois de ele deixar a zona. Os responsáveis do Estado no distrito têm dificuldades em interpretar o discurso do PR. Não sabem,não vislumbram o horizonte, estão amarrados as orientações superiores mesmo que tenham alguma criatividade. Têm culpa? isto da cesta básica só resultase o Governo tiver o seu principal PILAR, o ESTADO, devidamente oleado para responder na execução o impacto que se deseja na sociedade. Senhores: enm politica 2+2 pode ser na politica igual a 5...mas na gestão só pode dar 4.

Xiluva/SARA disse...

O jornal fala duma mulher, é triste, espero que esteja inocente.

izumoussufo disse...

Só vir em Pemba para ver.

Anónimo disse...

Ola Professor,

O que eu acho é que pretende-se manter o povo como crianças que so resolvem os problemas à boa maneira nossa, moçambicana. A mãe não tem voz activa e no dia a dia, nos momentos que fica com as crianças não decide nada. Tudo endossa para o pai. E o pai chega do trabalho e tem que resolver os conflitos dos filhos. Esta era a forma como se resolviam os problemas em nossas casas quando eramos pequenos. Isso passa para a sociedade. O papa Guebas é o pai e aquelas mariazinhas que estao nas provincias são as mamãs. Não resolvem nada. Estão apenas para cozinhar e gerir os poucos fundos que são enviados pelo pai para fazer a comida. Quando o pai chega, os problemas aparecem.
E assim se mantem a força do pai, o macho da casa que tudo resolve.
Não é por acaso que sempre se diz por ai... "O governo é o nosso pai". No sentido de que o governo é que tem que resolver os nossos problemas. E assim somos mantidos como infantis até à morte...
Essas soluções mantêm os pais, na sua virilidade e força, mas não ajudam a desenvolver o país. Pena que assim seja!