De um trabalho de 2006 do brasileiro Beluce Bellucci sobre a aposta do Capital em Moçambique: "A proposta do FMI, do BM e do grande capital internacional, endossada pelo governo, para atrair os mega-projetos e as EIMI - num país com 70% da população vivendo sob miséria absoluta - muda a forma da exploração, mas continua com os mesmos objetivos das políticas coloniais de espoliação do povo moçambicano. A exploração e a humilhação que sofreram a população durante o colonialismo eram justificadas para assimilar e civilizar o indígena para o trabalho e o consumo, com o mito do desenvolvimento. Agora, nas políticas neoliberais, a exploração e a exclusão, são apresentadas com o objetivo de diminuir a pobreza e a miséria..."
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
7 comentários:
E qual é o papel do Brasil na implementação desses mesmas politicas do FMI e do Banco Mundial? Digo para além da Cruz (Universal (IURD) e outras?)
O discurso do "desenvolvimento" é uma boa parede para tapar a visão de certas coisas.
Papel do Brasil? O BM/FMI faz como diz o Beluce, o carvão de Tete vale o que Vale e a Iurd abençoa os dólares mandando os crentes directos para o céu com bilhete Vip.
Ehehehehehehehhhhhhhhhhhhh!!!!!!
e não se pode ter uma opinião por ser brasileiro e o Brasil "exportar" a IURD? somos nós moçambicanos que temos de ser críticos com nós próprios e o que Beluce Bellucci escreve é coisa nossa; afinal a pobreza absoluta está entre nós e os mega-projecjos também.
AAS
Acho piada a certas coisas. Alguns países que ainda à pouco tempo advogavam pela defesa dos países em desenvolvimento (irmãos), hoje que atingiram um certo patamar se comportam igualzinho aos que anteriormente criticavam. O capitalismo é assim mesmo... Quando ainda são gatinhos... se comportam como tal. Quanto atingem a fase de Leões, esquecem que foram gatinhos... hehe
Prezado professor,
Agradeço por ter divulgado o trabalho, sem dúvida muito interessante, o qual acabei refletindo no meu blog.
Pesquisando a respeito do autor, acabei me deparando com outro texto, desta vez de um guineense, colega seu de profissão, que me pareceu excelente, em que o autor traça um panorama sobre as relações entre África, Brasil e China, e que pode ser lido aqui ou no meu blog, onde fiz questão de o refletir.
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