06 maio 2011

Poder e representação: teatrocracia em Moçambique (14)

O décimo quarto número da série, que no seu título usa um termo de Georges Balandier, teatrocracia.
Termino o ponto sete do sumário que vos propus, nível invisibilidade, refiro-me ao poder pela distância e pela intermediação.
O poder manifesta-se ainda mais intensamente não pela visibilidade, mas pela invisibilidade; não pela presença, mas pela ausência; não pelo que mostra, mas pelo que resguarda; não pelo que enuncia, mas pelo que pode enunciar; não pelo discurso corrente, mas pelo conjunto das nossas expectativas; não pelo terreno imediato, mas pelo sagrado faseado.
Todo um mundo de intermediários, de sinais e de ritos expõe, escondendo-os, os gestores do poder político: chefes de gabinete, secretárias, seguranças, portas, avisos, interditos, tabiques, linhas telefónicas especiais.
Imagem: el poder, quadro do pintor e ceramista argentino Raúl Pietranera).
(continua)

1 comentário:

Salvador Langa disse...

Ora aí está Caro Professor, aí está o aparato dos poderosos. Uma série brilhante, fora do habitual. Estamos juntos.