O segundo número da série.
Acho uma boa ideia situar melhor a ideia central da série recorrendo a Georges Balandier que escreveu o seguinte a propósito do que chamou teatrocracia: "Todo o sistema de poder é um dispositivo destinado a produzir efeitos, entre os quais os que se comparam às ilusões criadas pelo teatro. (...) O poder estabelecido unicamente sobre a força ou sobre a violência não controlada teria uma existência constantemente ameaçada; o poder exposto debaixo da iluminação exclusiva da razão teria pouca credibilidade. Ele não consegue manter-se nem pelo domínio brutal, nem pela justificação racional. Ele só se realiza e se conserva pela transposição, pela produção de imagens, pela manipulação de símbolos e sua organização num quadro cerimonial" (Balandier, Georges, Le pouvoir sur scènes. Paris: Balland, 1980, pp.15-16) (imagem: el poder, quadro do pintor e ceramista argentino Raúl Pietranera).
Acho uma boa ideia situar melhor a ideia central da série recorrendo a Georges Balandier que escreveu o seguinte a propósito do que chamou teatrocracia: "Todo o sistema de poder é um dispositivo destinado a produzir efeitos, entre os quais os que se comparam às ilusões criadas pelo teatro. (...) O poder estabelecido unicamente sobre a força ou sobre a violência não controlada teria uma existência constantemente ameaçada; o poder exposto debaixo da iluminação exclusiva da razão teria pouca credibilidade. Ele não consegue manter-se nem pelo domínio brutal, nem pela justificação racional. Ele só se realiza e se conserva pela transposição, pela produção de imagens, pela manipulação de símbolos e sua organização num quadro cerimonial" (Balandier, Georges, Le pouvoir sur scènes. Paris: Balland, 1980, pp.15-16) (imagem: el poder, quadro do pintor e ceramista argentino Raúl Pietranera).
(continua)
7 comentários:
Professor,
Citação: “Ele só se realiza e se conserva pela transposição, pela produção de imagens, pela manipulação de símbolos e sua organização num quadro cerimonial" (Balandier, Georges, Le pouvoir sur scènes. Paris: Balland, 1980, pp.15-16) .
Perfeito!
Permita-me sugerir-lhe uma olhadela ao Notícias de hoje, pág. 6 “Em 2010 despesas da AR suplantam previsão”,
ou seja: os nosso ilustríssimos Deputados SOBRECUMPRIRAM O PLANO. Aplausos!!!
Como pode a AR vier dizer, cito: “A exiguidade orçamental e a constante subida de preços de bens e serviços no mercado concorreram para o agravamento da situação deficitária do Orçamento da Casa do Povo”.
MENTIRA: o que contribuiu para o incumprimento foi terem GASTO MAIS DO QUE LHES TINHA SIDO ATRIBUIDO.
Os recursos da AR são elásticos: crescem para GARANTIR os níveis e padrões de consumo! Os sacrifícios são para o Povo, cujos magros rendimentos, não tem a magia de crescer como os da AR, logo, que remédio: o Povo reduz no consumo!
DIGNO DE REFLEXÃO, cito: “ Foi também reforçada a verba destinada à compra de mobiliário e electrodomésticos para o dirigente superior do Estado cessante da Assembleia da Republica no valor de 1.214.998,00Mt”.
Em suma, á verba prevista e gasta, cujo valor não conhecemos, mas deve ser bem gordo, foram adicionados mais cerca de 40 mil dólares, para mobílias e electrodomésticos do Senhor Mulembwé... a acrescentar á casa, etc., etc.
Força Professor.
E quem ferteliza o mercado para que a constante subida de preços de bens e serviços permaneça e reine para sempre?
Eugénio: ser-lhe-ia possível fornecer mais um ou dois pontos de apoio?
Eugénio: ser-lhe-ia possível fornecer mais um ou dois pontos de apoio?
Prof.
A ideia e' saber ate' que ponto os deputados contribuem para esse estado das coisa que origina excessos na execucao orcamental.
A carestia de vida (associada a essa constante subida de precos) nao estara' associada a aprovacao de leis/ politicas falhadas? E quem aprova directa ou indirectamente tais leis?
A questao da pobreza em mocambique e' circular. Vai girando, girando, mas sempre desagua no mesmo sitio: falta de politicas adequadas, estrategicamente bem estruturadas e articuladas.
Magister Dixit!
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