Voz heróica, postura de Demóstenes, mãos em rodopio oratório ao alto, falando para camponeses num distrito como se estivesse a falar na ONU, o governante estava empolgado ouvindo-se e ouvido pela rádio. E, naturalmente, para seguir os costumes, não perdia ocasião para reproduzir as habituais frases e palavras dos discursos do chefe. Infelizmente não houve maneira de saber o que pensaram os camponeses de tão áulico e espantoso discurso sobre o combate contra a pobreza (crédito da imagem aqui).
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
2 comentários:
Os comícios deles tem duas personagens: eles e os seus ouvidos...
«As ditaduras promovem a opressão, as ditaduras promovem o servilismo, as ditaduras promovem a crueldade: o mais abominável é o facto de promoverem a idiotice.» – Jorge Luís Borges, escritor argentino (1899-1986).
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