Aqui. Sobre Zapiro, aqui
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
31 janeiro 2011
Mapeamento
Postagens na forja
Eis alguns dos temas que, progressivamente, deverão entrar neste diário a partir da meia-noite local:
* Genéricos: Dossier (4)
* Séries pessoais: O princípio da história (4); À mão a comida tem melhor gosto (4); Da cólera nosológica à cólera social (6); Notas sobre eleições (10); O que é Moçambique, quem são os Moçambicanos? (42); África enquanto produção cognitiva (21); Política enquanto produção de ideologia (6); Linchar à luz do dia: como analisar? (5) Somos natureza (8); Indicadores suspeitos e comoção popular (11); Vassalagem (4); Cientistas sociais são "sacerdotes"? (8); É nas cidades do país (9); Ciências sociais e verdade (11); Já nos descolonizámos? (13); Moçambique dentro de 30 anos (série) (6) (recordar aqui e aqui)
* Séries pessoais: O princípio da história (4); À mão a comida tem melhor gosto (4); Da cólera nosológica à cólera social (6); Notas sobre eleições (10); O que é Moçambique, quem são os Moçambicanos? (42); África enquanto produção cognitiva (21); Política enquanto produção de ideologia (6); Linchar à luz do dia: como analisar? (5) Somos natureza (8); Indicadores suspeitos e comoção popular (11); Vassalagem (4); Cientistas sociais são "sacerdotes"? (8); É nas cidades do país (9); Ciências sociais e verdade (11); Já nos descolonizámos? (13); Moçambique dentro de 30 anos (série) (6) (recordar aqui e aqui)
Quem escolheria para futuro presidente da República?
Ponto de situação no questionário com o título em epígrafe, situado no lado direito deste diário, criado a 21 do corrente mês e válido até 21 de Março, com três mulheres nos primeiros cinco lugares, designadamente Graça Machel, Alice Mabota e Benvinda Levi (Luisa Diogo está no sexto). Confira e participe aqui. Para ampliar a imagem, é só clicar sobre ela com o lado esquerdo do rato. Alguns de outros nomes propostos pelos participantes: Tomás Salomão, Manuel Tomé, Teodato Hunguana, Ivo Garrido, Eneas Comiche, Marcelino dos Santos, Oldemiro Balói e José Óscar Monteiro.
WikiLeaks sobre o Egipto
Cinco telegramas escritos entre 2004 e 2008 sobre o Egipto colocados hoje no WikiLeaks. Aqui. Para traduzir, aqui. Recorde aqui.
Adenda às 7:13: posição musculada do exército, caças da força aérea em voos rasantes na Praça Tahir, epicentro da revolta no Cairo. Aqui.
Adenda 2 às 7:17: "A revolução que abalou o mundo árabe", título de um trabalho aqui.
Adenda 3 às 9:25: um texto em francês sobre o Egipto aqui.
Adenda às 7:13: posição musculada do exército, caças da força aérea em voos rasantes na Praça Tahir, epicentro da revolta no Cairo. Aqui.
Adenda 2 às 7:17: "A revolução que abalou o mundo árabe", título de um trabalho aqui.
Adenda 3 às 9:25: um texto em francês sobre o Egipto aqui.
Os riscos
O sismo social tunisino alastrou-se pelo Norte de África e pelo Médio Oriente, tal como aqui tenho procurado mostrar. Um dos grandes desafios futuros é o de saber se, em meio a múltiplos interesses estratégicos que vão para além do petróleo e envolvem a luta pela hegemonia no Médio Oriente - tal como no passado, uma das chaves políticas do planeta -, a luta popular contra as gestões autoritárias auto-tradicionalizadas é capaz de se furtar não apenas aos sinuosos caminhos de outro tipo de gestões autoritárias - estas com um sinete religioso -, quanto aos sombrios jogos de chancelaria. Que os deuses dos zigurates protejam aqueles que, ontem como hoje, desejam uma vida melhor para além dos cesarismos, laicos ou religiosos.
O que é Moçambique, quem são os Moçambicanos? (41)
Mais um pouco desta série.
Sugeri, já, quatro grandes causas da derrota militar dos nossos antepassados, a saber: (1) contradições políticas; (2) inexistência de uma concepção de luta prolongada; (3) carência de espingardas modernas e de artilharia; (4) falta de um sistema de abastecimento e transporte. Com o estudo dessas quatro causas abranjo também o ponto 2 dos dois pontos indicados no número 15 desta série (designadamente no papel jogado pelos cipaios).
Ainda sobre o ponto 3. Alguns nobres locais puderam mesmo mandar fabricá-las. Por exemplo, Hanga, príncipe herdeiro da casa real do Báruè, possuía nos primórdios do século XX pequenas fábricas de espingardas e munições em Mungári e Missongue, onde igualmente se fabricavam mechas, fulminantes e balas de canhão.
Voltarei mais tarde.
Ainda sobre o ponto 3. Alguns nobres locais puderam mesmo mandar fabricá-las. Por exemplo, Hanga, príncipe herdeiro da casa real do Báruè, possuía nos primórdios do século XX pequenas fábricas de espingardas e munições em Mungári e Missongue, onde igualmente se fabricavam mechas, fulminantes e balas de canhão.
Voltarei mais tarde.
(continua)
África enquanto produção cognitiva (20)
Mais um pouco da série, dedicada a mostrar como, através das ideias de Hegel no seu livro oitocentista A razão na história, operou e continua a operar um certo tipo de produção ideologizada sobre África, encaixando os Africanos num molde comportamental generalizado, rígido, imutável e absolutamente desqualificante. Eis a continuidade das ideias do filósofo alemão:
Ainda sobre a poligamia, generalizada entre os Africanos - escreveu Hegel -, tem-se o exemplo do rei do Daomé que tem 3.333 mulheres (sic). Todo o homem rico tem várias. Mas deixemos a poligamia e entremos na constituição. Resulta da "natureza das coisas" (sic) que não pode haver verdadeira constituição em África. A forma de governo é patriarcal, mas não há Estado - argumentou o filósofo.
Prossigo mais tarde.
* Hegel, G.W.F, La razon en la historia. Madrid: Seminarios y Ediciones, S.A., 1972, pp. 283-284.
Ainda sobre a poligamia, generalizada entre os Africanos - escreveu Hegel -, tem-se o exemplo do rei do Daomé que tem 3.333 mulheres (sic). Todo o homem rico tem várias. Mas deixemos a poligamia e entremos na constituição. Resulta da "natureza das coisas" (sic) que não pode haver verdadeira constituição em África. A forma de governo é patriarcal, mas não há Estado - argumentou o filósofo.
Prossigo mais tarde.
* Hegel, G.W.F, La razon en la historia. Madrid: Seminarios y Ediciones, S.A., 1972, pp. 283-284.
(continua)
Dossier (3)
Queira conferir a terceira parte de um dossier com peças do semanário "Savana" datado de 28/01/2011, aqui.
(continua)
30 janeiro 2011
Postagens na forja
Eis alguns dos temas que, progressivamente, deverão entrar neste diário a partir da meia-noite local:
* Genéricos: Dossier (3)
* Séries pessoais: O princípio da história (4); À mão a comida tem melhor gosto (4); Da cólera nosológica à cólera social (6); Notas sobre eleições (10); O que é Moçambique, quem são os Moçambicanos? (41); África enquanto produção cognitiva (20); Política enquanto produção de ideologia (6); Linchar à luz do dia: como analisar? (5) Somos natureza (8); Indicadores suspeitos e comoção popular (11); Vassalagem (4); Cientistas sociais são "sacerdotes"? (8); É nas cidades do país (9); Ciências sociais e verdade (11); Já nos descolonizámos? (13); Moçambique dentro de 30 anos (série) (6) (recordar aqui e aqui)
* Séries pessoais: O princípio da história (4); À mão a comida tem melhor gosto (4); Da cólera nosológica à cólera social (6); Notas sobre eleições (10); O que é Moçambique, quem são os Moçambicanos? (41); África enquanto produção cognitiva (20); Política enquanto produção de ideologia (6); Linchar à luz do dia: como analisar? (5) Somos natureza (8); Indicadores suspeitos e comoção popular (11); Vassalagem (4); Cientistas sociais são "sacerdotes"? (8); É nas cidades do país (9); Ciências sociais e verdade (11); Já nos descolonizámos? (13); Moçambique dentro de 30 anos (série) (6) (recordar aqui e aqui)
Humor
Humoristas britânicos criaram um jogo de futebol entre representantes influentes do pensamento filosófico alemão e grego. Equipa alemã: (1) Leibnitz na baliza, (2) Kant, (3) Hegel, (4) Schopenhauer, (5) Schelling, (6) Beckenbauer, (7) Jaspers, (8) Schlegel, (9) Wittgenstein, (10) Nietzsche y (12) Heiddeger (Karl Marx estava no banco de suplentes). Equipa grega: (1) Platão, (2) Epícteto, (3) Aristóteles, (4) Sófocles, (5) Empédocles Von Acraga, (6) Plotino, (7) Epicuro, (8) Heráclito, (9) Demócrito, (10) Sócrates y (11) Arquimedes. O árbitro é o filósofo chinês Confúcio, auxiliado por Santo Agostinho e São Tomás de Aquino.
Quem teme WikiLeaks?
Esse o título de um trabalho do sociólogo espanhol Manuel Castells (imagem à esquerda, o quarto cientista social mais citado no mundo no período 2000/2006 e o mais citado académico da área de comunicação no mesmo período), em espanhol aqui. Para traduzir, aqui. Sugiro, ainda, um texto meu intitulado "A caixa de Pandora do "Cablegate", publicado pelo semanário "Savana" de 31/12/2010 (páginas 14-15), conferível aqui.
Adenda às 7:29: Castells sobre WikiLeaks no youtube, aqui.
Adenda 2 às 7:32: "Antes, a imprensa esforçava-se por descobrir o que se tramava no segredo das embaixadas. Hoje, são as embaixadas que pedem informações à imprensa"- Humberto Eco sobre o fenómeno WikiLeaks, aqui.
Adenda às 7:29: Castells sobre WikiLeaks no youtube, aqui.
Adenda 2 às 7:32: "Antes, a imprensa esforçava-se por descobrir o que se tramava no segredo das embaixadas. Hoje, são as embaixadas que pedem informações à imprensa"- Humberto Eco sobre o fenómeno WikiLeaks, aqui.
Egipto: situação social agrava-se
Dezenas de mortos e milhares de feridos, saqueadores terão destruído múmias no Museu Egípcio. Aqui. Centenas de presos são dados como tendo fugido de uma prisão a 95 quilómetros do Cairo. Aqui. Milhares de passageiros acumulados no aeroporto do Cairo. Aqui. Resumo: caos no Egipto, as manifestações prosseguem. Aqui (para traduzir este trabalho, aqui) e aqui.
Comentário: numa clara tentativa de prever a sua saída, o presidente Mubarak nomeou um vice-presidente, o que acontece pela primeira vez em 30 anos. Mas quem é o vice? Justamente o chefe dos serviços de inteligência, isso é um erro grave ante um povo que estuda cada acto governamental e deseja uma sociedade menos autoritária e mais justa.
Adenda às 9:27: confira aqui.
Adenda 2 às 10:49: "O mundo árabe desafia o muro do medo", em francês no Le Monde, aqui.
Adenda 3 às 14:39: de acordo com o Yahoo News, bandos armados libertaram milhares de prisioneiros em quatro prisões egípcias. Aqui.
Adenda às 9:27: confira aqui.
Adenda 2 às 10:49: "O mundo árabe desafia o muro do medo", em francês no Le Monde, aqui.
Adenda 3 às 14:39: de acordo com o Yahoo News, bandos armados libertaram milhares de prisioneiros em quatro prisões egípcias. Aqui.
O que é Moçambique, quem são os Moçambicanos? (40)
Mais um pouco desta série.
Sugeri, já, quatro grandes causas da derrota militar dos nossos antepassados, a saber: (1) contradições políticas; (2) inexistência de uma concepção de luta prolongada; (3) carência de espingardas modernas e de artilharia; (4) falta de um sistema de abastecimento e transporte. Com o estudo dessas quatro causas abranjo também o ponto 2 dos dois pontos indicados no número 15 desta série (designadamente no papel jogado pelos cipaios).
Passo ao ponto 3. A vitória do colonizador foi ainda possível quer pelo tipo de espingardas localmente usadas, quer pela inexistência de artilharia. Havia, decerto, muitas espingardas, introduzidas especialmente a partir de meados do século XVIII quando a escravatura se tornou mais intensa, consistindo o método dos traficantes em fornecê-las para os chefes capturarem escravos.
Voltarei mais tarde.
Passo ao ponto 3. A vitória do colonizador foi ainda possível quer pelo tipo de espingardas localmente usadas, quer pela inexistência de artilharia. Havia, decerto, muitas espingardas, introduzidas especialmente a partir de meados do século XVIII quando a escravatura se tornou mais intensa, consistindo o método dos traficantes em fornecê-las para os chefes capturarem escravos.
Voltarei mais tarde.
(continua)
Dossier (2)
Queira conferir a segunda parte de um dossier com peças do semanário "Savana" datado de 28/01/2011, aqui.
(continua)
O princípio da história (3)
Avançando mais um pouco nesta série.
Os mais sistemáticos apologistas do modo capitalista de produção defendem-no como estado natural da sociedade, como estado que habita por geração espontânea as artérias sociais. A esse modo de produção, idealmente festejado por produzir e reproduzir indivíduos - sempre desejados consumidores de mercado - , fez-se e faz-se corresponder a democracia burguesa, a democracia em si, a proclamada verdadeira democracia. Atribuído ao indivíduo o papel central da vida (lá mais para a frente escreverei sobre o "regresso do sujeito"), todas as formas de organização, defesa, protesto e luta têm sido e são olhadas com suspeição, como atentados à liberdade individual e às sacrossantas leis do livre mercado. Até porque, como têm defendido alguns, a ideologia acabou e hoje não há mais nem direita nem esquerda (retomarei estes pontos em tempo devido).
Prossigo mais tarde.
Os mais sistemáticos apologistas do modo capitalista de produção defendem-no como estado natural da sociedade, como estado que habita por geração espontânea as artérias sociais. A esse modo de produção, idealmente festejado por produzir e reproduzir indivíduos - sempre desejados consumidores de mercado - , fez-se e faz-se corresponder a democracia burguesa, a democracia em si, a proclamada verdadeira democracia. Atribuído ao indivíduo o papel central da vida (lá mais para a frente escreverei sobre o "regresso do sujeito"), todas as formas de organização, defesa, protesto e luta têm sido e são olhadas com suspeição, como atentados à liberdade individual e às sacrossantas leis do livre mercado. Até porque, como têm defendido alguns, a ideologia acabou e hoje não há mais nem direita nem esquerda (retomarei estes pontos em tempo devido).
Prossigo mais tarde.
(continua)
29 janeiro 2011
Graça atinge 100
Graça Machel, esposa de Nelson Mandela, atingiu 100 votos no questionário intitulado Quem escolheria para futuro presidente da República?, conferível e participável no lado direito deste diário, aqui. Nunca um questionário foi tão rapidamente participado e comentado como esse, criado a 21 do corrente mês e disponível até 21 de Março.
Últimas sobre o Egipto
A conferir aqui, aqui, aqui, aqui.
Adenda às 20:19: CNN aqui. Para traduzir, aqui.
Adenda 2 às 20:21: os reflexos da crise egípcia nos mercados mundiais, na CBSNews, aqui.
Adenda 3 às 20:25: Rádio França Internacional, aqui.
Adenda 4 às 21:16: o Afrol News foi actualizado, com especial ênfase no Egipto, aqui.
Adenda 5 às 21:30: últimosegundo, aqui.
Adenda 6 às 22:41: segundo autoridades egípcias citadas pelo Yahoo News, 62 pessoas foram mortas nos últimos dois dias. Aqui.
Adenda às 20:19: CNN aqui. Para traduzir, aqui.
Adenda 2 às 20:21: os reflexos da crise egípcia nos mercados mundiais, na CBSNews, aqui.
Adenda 3 às 20:25: Rádio França Internacional, aqui.
Adenda 4 às 21:16: o Afrol News foi actualizado, com especial ênfase no Egipto, aqui.
Adenda 5 às 21:30: últimosegundo, aqui.
Adenda 6 às 22:41: segundo autoridades egípcias citadas pelo Yahoo News, 62 pessoas foram mortas nos últimos dois dias. Aqui.
Postagens na forja
Eis alguns dos temas que, progressivamente, deverão entrar neste diário a partir da meia-noite local:
* Genéricos: Dossier (2)
* Séries pessoais: O princípio da história (3); À mão a comida tem melhor gosto (4); Da cólera nosológica à cólera social (6); Notas sobre eleições (10); O que é Moçambique, quem são os Moçambicanos? (40); África enquanto produção cognitiva (20); Política enquanto produção de ideologia (6); Linchar à luz do dia: como analisar? (5) Somos natureza (8); Indicadores suspeitos e comoção popular (11); Vassalagem (4); Cientistas sociais são "sacerdotes"? (8); É nas cidades do país (9); Ciências sociais e verdade (11); Já nos descolonizámos? (13); Moçambique dentro de 30 anos (série) (6) (recordar aqui e aqui)
* Séries pessoais: O princípio da história (3); À mão a comida tem melhor gosto (4); Da cólera nosológica à cólera social (6); Notas sobre eleições (10); O que é Moçambique, quem são os Moçambicanos? (40); África enquanto produção cognitiva (20); Política enquanto produção de ideologia (6); Linchar à luz do dia: como analisar? (5) Somos natureza (8); Indicadores suspeitos e comoção popular (11); Vassalagem (4); Cientistas sociais são "sacerdotes"? (8); É nas cidades do país (9); Ciências sociais e verdade (11); Já nos descolonizámos? (13); Moçambique dentro de 30 anos (série) (6) (recordar aqui e aqui)
Quem escolheria para futuro presidente da República?
Ponto de situação no questionário com o título em epígrafe, situado no lado direito deste diário, com 32 comentários - e três mulheres nos primeiros cinco lugares -, criado a 21 do corrente mês e válido até 21 de Março. Confira e participe aqui. Para ampliar a imagem, é só clicar sobre ela com o lado esquerdo do rato.
Adenda: alguns de outros nomes propostos pelos participantes: Tomás Salomão, Manuel Tomé, Teodato Hunguana, Ivo Garrido, Eneas Comiche, Oldemiro Balói e José Óscar Monteiro.
Mubarak, o compreensivo
De acordo com o Yahoo News, o presidente egípcio Hosni Mubarak - no poder desde 1981 - anunciou que pediu ao governo actual para renunciar hoje por forma a formar um outro e melhorar a vida do povo, de cujo sofrimento disse estar consciente. Aqui. Recorde a adenda 2 aqui.
Comentário: um cenário paliativo e defensivo quase tirado a papel químico daquele ao qual pertenceu Ben Ali na Tunísia.
Adenda às 8:10: telegramas sobre o Egipto ontem colocados no WikiLeaks e dados como tendo sido enviados pela embaixada americana no Cairo em 2009. Aqui. Para traduzir, aqui.
Adenda 2 às 8:23: a cada bomba de gás lacrimogéneo lançada contra manifestantes, mulheres cobertas com véu islâmico surgiam discretamente nas varandas e lançavam rolos de papel higiénico e garrafas de água.
Adenda 3 às 10:27: sobre os protestos no mundo árabe, aqui.
Comentário: um cenário paliativo e defensivo quase tirado a papel químico daquele ao qual pertenceu Ben Ali na Tunísia.
Adenda às 8:10: telegramas sobre o Egipto ontem colocados no WikiLeaks e dados como tendo sido enviados pela embaixada americana no Cairo em 2009. Aqui. Para traduzir, aqui.
Adenda 2 às 8:23: a cada bomba de gás lacrimogéneo lançada contra manifestantes, mulheres cobertas com véu islâmico surgiam discretamente nas varandas e lançavam rolos de papel higiénico e garrafas de água.
Adenda 3 às 10:27: sobre os protestos no mundo árabe, aqui.
Dossier (1)
Queira conferir a primeira parte de um dossier com peças do semanário "Savana" datado de 28/01/2011, aqui.
(continua)
A "hora do fecho" no "Savana"
Na última página do semanário "Savana" existe sempre uma coluna de saudável ironia que se chama "A hora do fecho". Naturalmente que é necessário conhecer um pouco a alma da vida local para se saber que situações e pessoas são descritas. Deliciem-se com "A hora do fecho" desta semana, da qual ofereço, desde já, um aperitivo:
* A semana passada certo sector da comunicação social andou zangado com a proeminência de Nini Satar no Facebook. Não se sabe como vão ficar quando descobrirem que...
* A semana passada certo sector da comunicação social andou zangado com a proeminência de Nini Satar no Facebook. Não se sabe como vão ficar quando descobrirem que...
28 janeiro 2011
Sismos sociais
No norte de África e no Médio Oriente multiplicam-se as manifestações de protesto social. Sismos sociais - para usar uma expressão por mim criada em 2008, ao procurar analisar a revolta popular de Fevereiro desse ano no nosso país. Há todo um imenso trabalho analítico a fazer para além da habitual diatribe moral e do não menos habitual dedo criminalizador. Imagem reproduzida daqui. Se e quando puder, procure seguir a minha série O princípio da história.
Adenda às 20:52: internet inacessível, celulares bloqueados no Egipto. Em português aqui.
Adenda 2 às 23: tensão no Egipto faz subir o preço do petróleo. Aqui.
Adenda às 20:52: internet inacessível, celulares bloqueados no Egipto. Em português aqui.
Adenda 2 às 23: tensão no Egipto faz subir o preço do petróleo. Aqui.
Postagens na forja
Eis alguns dos temas que, progressivamente, deverão entrar neste diário a partir da meia-noite local:
* Genéricos: Dossier (1); A "hora do fecho" no "Savana"
* Séries pessoais: O princípio da história (3); À mão a comida tem melhor gosto (4); Da cólera nosológica à cólera social (6); Notas sobre eleições (10); O que é Moçambique, quem são os Moçambicanos? (40); África enquanto produção cognitiva (20); Política enquanto produção de ideologia (6); Linchar à luz do dia: como analisar? (5) Somos natureza (8); Indicadores suspeitos e comoção popular (11); Vassalagem (4); Cientistas sociais são "sacerdotes"? (8); É nas cidades do país (9); Ciências sociais e verdade (11); Já nos descolonizámos? (13); Moçambique dentro de 30 anos (série) (6) (recordar aqui e aqui)
* Séries pessoais: O princípio da história (3); À mão a comida tem melhor gosto (4); Da cólera nosológica à cólera social (6); Notas sobre eleições (10); O que é Moçambique, quem são os Moçambicanos? (40); África enquanto produção cognitiva (20); Política enquanto produção de ideologia (6); Linchar à luz do dia: como analisar? (5) Somos natureza (8); Indicadores suspeitos e comoção popular (11); Vassalagem (4); Cientistas sociais são "sacerdotes"? (8); É nas cidades do país (9); Ciências sociais e verdade (11); Já nos descolonizámos? (13); Moçambique dentro de 30 anos (série) (6) (recordar aqui e aqui)
A entrar
"Primeiro ano do II mandato do PR
O annus horriblis de Guebuza
Passa um ano que o Governo de iniciativa presidencial, que está a dirigir o país neste quinquénio (2010-2014), viu a luz do dia. Trata-se de um executivo onde, tal como no primeiro da era Guebuza, o factor de confiança política está claramente acima das competências técnicas dos elementos que o compõem. É um executivo onde se procurou, quase com régua e esquadro, garantir todos os possíveis equilíbrios regionais, procurando-se reflectir por esta fórmula o mosaico cultural e social que é Moçambique. Guebuza criou mais ministérios, apostando numa estrutura pesada e sacrificando a austeridade ao sofisma da unidade nacional. O SAVANA, num exercício que já se tornou tradição, traz em traços simples, o desempenho e os pontos fracos de titulares que constituem a aposta de Guebuza para o período 2010-2014. É uma avaliação própria do SAVANA, atribuindo a cada um uma nota que vai de 0 a 10. Avaliámos 25 ministros e ministérios. Deixámos de fora o Ministério na Presidência para os assuntos sociais, Ministério para Assuntos Parlamentares, Autárquicos e das Assembleias, Provinciais, assim como o Ministério na Presidência para os Assuntos da Casa Civil, por não possuírem uma componente executiva visível e com impacto directo no grande público."
O annus horriblis de Guebuza
Passa um ano que o Governo de iniciativa presidencial, que está a dirigir o país neste quinquénio (2010-2014), viu a luz do dia. Trata-se de um executivo onde, tal como no primeiro da era Guebuza, o factor de confiança política está claramente acima das competências técnicas dos elementos que o compõem. É um executivo onde se procurou, quase com régua e esquadro, garantir todos os possíveis equilíbrios regionais, procurando-se reflectir por esta fórmula o mosaico cultural e social que é Moçambique. Guebuza criou mais ministérios, apostando numa estrutura pesada e sacrificando a austeridade ao sofisma da unidade nacional. O SAVANA, num exercício que já se tornou tradição, traz em traços simples, o desempenho e os pontos fracos de titulares que constituem a aposta de Guebuza para o período 2010-2014. É uma avaliação própria do SAVANA, atribuindo a cada um uma nota que vai de 0 a 10. Avaliámos 25 ministros e ministérios. Deixámos de fora o Ministério na Presidência para os assuntos sociais, Ministério para Assuntos Parlamentares, Autárquicos e das Assembleias, Provinciais, assim como o Ministério na Presidência para os Assuntos da Casa Civil, por não possuírem uma componente executiva visível e com impacto directo no grande público."
Capa do "Savana" de 28/01/2011
A partir de amanhã inicio aqui a publicação do Dossier Savana datado de 28/01/2011. Hoje deverei inserir o habitual "A hora do fecho". Se quiser ampliar a imagem, clique sobre ela com o lado esquerdo do rato.
Costa do Marfim: a luta bancária
No país de Jano, Costa do Marfim, trava-se uma luta pelo comando da sede do Banco Central dos Estados da África Ocidental entre Gbagbo e Ouattara. Aqui.
Adenda às 10:10: num outro país candidato a país de Jano, Gabão, o opositor Obame também formou o seu governo. Aqui e aqui.
Adenda às 10:10: num outro país candidato a país de Jano, Gabão, o opositor Obame também formou o seu governo. Aqui e aqui.
Egipto: manifestações prosseguem
Adenda às 7:55: confira também aqui e aqui.
Adenda 2 às 7:58: sobre a Tunísia, aqui.
Adenda 3 às 8:21: no Rebélion, em espanhol, aqui, aqui e aqui. Para traduzir, aqui.
Adenda 4 às 8:30: o que há e não há de comum nos manifestantes dos países árabes? Aqui.
Adenda 5 às 9:42: sobre o Iémen, aqui.
Adenda 6 às 10:23: sobre o Egipto - onde a internet foi bloqueada e o serviço de sms parece estar semi-paralizado -, aqui.
Adenda 7 às 10:52: "Protestos contra os regimes autoritários, o custo de vida e a falta de oportunidades de trabalho foram registrados no Catar, em Omã, nos Emirados Árabes, na Argélia, na Jordânia, no Sudão, na Mauritânia, no Marrocos e no Iêmem. Países onde até então manifestações do gênero praticamente não existiam. Essa semana esse movimento atingiu o Egito."
Adenda 8 às 11:59: Mubarak no WikiLeaks e relações com os Americanos. Aqui.
Adenda 2 às 7:58: sobre a Tunísia, aqui.
Adenda 3 às 8:21: no Rebélion, em espanhol, aqui, aqui e aqui. Para traduzir, aqui.
Adenda 4 às 8:30: o que há e não há de comum nos manifestantes dos países árabes? Aqui.
Adenda 5 às 9:42: sobre o Iémen, aqui.
Adenda 6 às 10:23: sobre o Egipto - onde a internet foi bloqueada e o serviço de sms parece estar semi-paralizado -, aqui.
Adenda 7 às 10:52: "Protestos contra os regimes autoritários, o custo de vida e a falta de oportunidades de trabalho foram registrados no Catar, em Omã, nos Emirados Árabes, na Argélia, na Jordânia, no Sudão, na Mauritânia, no Marrocos e no Iêmem. Países onde até então manifestações do gênero praticamente não existiam. Essa semana esse movimento atingiu o Egito."
Adenda 8 às 11:59: Mubarak no WikiLeaks e relações com os Americanos. Aqui.
O princípio da história (2)
Esta é, para mim, uma história muito interessante. Vamos então ao segundo número da série, salientando quatro pontos que considero fundamentais: (1) A naturalização do modo capitalista de produção, revestido da considerada excelência da democracia burguesa; (2) A concepção utilitarista do mercado, havido como única instância reguladora das relações sociais; (3) A transformação da sociedade numa coleção de indivíduos-mónadas, definitivamente estranhos aos grupos e às contradições sociais; (4) A proclamação do fim da ideologia, portanto (4.1) da razão de ser da crítica das desigualdades sociais e (4.2) da luta por um mundo mais solidário e justo.
(continua)
27 janeiro 2011
Quem escolheria para futuro presidente da República?
Ponto de situação no questionário com o título em epígrafe, situado no lado direito deste diário, com 31 comentários, criado a 21 do corrente mês e válido até 21 de Março. Confira e participe aqui. Para ampliar a imagem, é só clicar sobre ela com o lado esquerdo do rato.
Adenda às 21:57: alguns de outros nomes propostos pelos participantes: Tomás Salomão, Manuel Tomé, Teodato Hunguana, Ivo Garrido, Eneas Comiche, Oldemiro Balói e José Óscar Monteiro.
A entrar
No Mozambique 177 com data de amanhã:
Cheias+economia (por exemplo, evidências do incremento da pobreza)+carvão+cólera+imigrantes ilegais+diversos
Cheias+economia (por exemplo, evidências do incremento da pobreza)+carvão+cólera+imigrantes ilegais+diversos
Manchete do "Savana"
Na primeira página: Antetítulo: Desempenho do Executivo um a um; título: Raio X do Governo de Guebuza. Nas páginas 2/5, com fotos de membro do governo, antetítulo : Primeiro ano do II mandato do PR; título: O annus horribilis de Guebuza.
Adenda às 17:41: entre 25 ministros avaliados pelo semanário numa escala de 0 a 10, a nota mais alta foi atribuída à ministra da Justiça, Benvinda Levi, com um 8.
Adenda às 17:41: entre 25 ministros avaliados pelo semanário numa escala de 0 a 10, a nota mais alta foi atribuída à ministra da Justiça, Benvinda Levi, com um 8.
Postagens na forja
Eis alguns dos temas que, progressivamente, deverão entrar neste diário a partir da meia-noite local:
* Genéricos: Diversos
* Séries pessoais: O princípio da história (2); À mão a comida tem melhor gosto (4); Da cólera nosológica à cólera social (6); Notas sobre eleições (10); O que é Moçambique, quem são os Moçambicanos? (40); África enquanto produção cognitiva (20); Política enquanto produção de ideologia (6); Linchar à luz do dia: como analisar? (5) Somos natureza (8); Indicadores suspeitos e comoção popular (11); Vassalagem (4); Cientistas sociais são "sacerdotes"? (8); É nas cidades do país (9); Ciências sociais e verdade (11); Já nos descolonizámos? (13); Moçambique dentro de 30 anos (série) (6) (recordar aqui e aqui)
* Séries pessoais: O princípio da história (2); À mão a comida tem melhor gosto (4); Da cólera nosológica à cólera social (6); Notas sobre eleições (10); O que é Moçambique, quem são os Moçambicanos? (40); África enquanto produção cognitiva (20); Política enquanto produção de ideologia (6); Linchar à luz do dia: como analisar? (5) Somos natureza (8); Indicadores suspeitos e comoção popular (11); Vassalagem (4); Cientistas sociais são "sacerdotes"? (8); É nas cidades do país (9); Ciências sociais e verdade (11); Já nos descolonizámos? (13); Moçambique dentro de 30 anos (série) (6) (recordar aqui e aqui)
Milhares nas ruas também no Iémen
Segundo o ÚltimoSegundo, em quatro manifestações convocadas pela oposição no Iémen, milhares de pessoas reunidas hoje em quatro pontos da capital, Sanna, exigiram que Ali Abdulhah Salleh, presidente desde 1990, desista da reeleição, ao mesmo tempo que pediram reforma económica e combate à corrupção. Aqui. Segundo o euronews, eram 16 mil pessoas exigindo a demissão do presidente e melhores condições de vida. Aqui.
Adenda: recorde Tunísia e Egipto aqui.
Adenda 2 às 15:49: "A resposta padronizada aos protestos de rua, no Oriente Médio e na África do Norte, onde entre metade e dois terços da população têm menos de 25 anos de idade, é oferecer empregos e alimentos baratos."
Adenda 3 às 15:51: "Para impedir que Ben Ali tenha sido apenas a primeira peça de um verdadeiro dominó de ditadores, a primeira providência já está sendo tomada: da Argélia ao Egito, passando pelo Marrocos, e Jordânia, os distúrbios ocorridos na Tunísia mal estão sendo divulgados, a fim de não levantar movimentações semelhantes."
Adenda 4 às 19:17: redes sociais, a nova arma da juventude egípcia, aqui. Para traduzir, aqui.
Adenda: recorde Tunísia e Egipto aqui.
Adenda 2 às 15:49: "A resposta padronizada aos protestos de rua, no Oriente Médio e na África do Norte, onde entre metade e dois terços da população têm menos de 25 anos de idade, é oferecer empregos e alimentos baratos."
Adenda 3 às 15:51: "Para impedir que Ben Ali tenha sido apenas a primeira peça de um verdadeiro dominó de ditadores, a primeira providência já está sendo tomada: da Argélia ao Egito, passando pelo Marrocos, e Jordânia, os distúrbios ocorridos na Tunísia mal estão sendo divulgados, a fim de não levantar movimentações semelhantes."
Adenda 4 às 19:17: redes sociais, a nova arma da juventude egípcia, aqui. Para traduzir, aqui.
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