Transmitir a informação recebida, aplicar bem a informação recebida, as informações que recebemos, etc. Esses são alguns exemplos da maneira como concebemos a aprendizagem escolar e universitária. E como concebemos a aprendizagem? Concebemo-la como recolha passiva de dados, de coisas tecnicamente assimiláveis e tratadas pelo método do papel mata-borrão. É bem mais difícil aceitar e conceber o ensino enquanto vector de crítica do conhecimento corrente, enquanto aprendizagem do espírito permanentemente questionador das categorias e dos processos pelos quais pensamos e vivemos. Este é um problema que vai bem mais longe do que o habitual e circular senso comum que consiste em unicamente admitir que é preciso corrigir o senso comum; bem mais longe do que uma crítica crítica da crítica. Por outras palavras, todo o ensino depende de uma determinada perspectiva política, de um ângulo político, depende de uma determinada formulação das relações sociais. Acresce que mesmo os processos revolucionários tornam-se regra geral conservadores e informativos logo que os seus artífices triunfam.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
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