Mais um pouco desta série (mapa em epígrafe do Spiegelonline aqui, pode também ver um outro mapa elaborado pelo Guardian aqui).
4. WikiLeaks e ciberactivismo (continuidade deste ponto do sumário). Escrevi anteriormente que, em função dos eixos de luta ciberactiva que apresentei, há cinco perguntas a ter em conta: pode o WikiLeaks ser considerado (1) um movimento terrorista?; (2) um movimento anarquista?; (3) um movimento social?; (4) o equivalente ou o substituto electrónico dos protestos sociais clássicos de rua?; (5) traduz o movimento a transição para um novo mundo?
Tentarei de seguida responder à segunda pergunta.
Um porta-voz americano já classificou Julian Assange como anarquista. Por sua vez, David Brooks escreveu no New York Times que Assange - falso intelectual, asseverou - parecia ser um anarquista da velha guarda para quem as instituições reinantes são corruptas e os pronunciamentos públicos, mentiras.
O wikileakismo parece exibir algumas das características do anarquismo (são muitas, porém, as veredas da filosofia política anarquista), designadamente crítica do Estado contemporâneo e ausência de doutrinação explícita. Pode ser que, efectivamente, haja ingredientes anarquistas no grupo. Todavia, não há evidências de que Assange e os restantes membros do portal sejam contra qualquer tipo de autoridade, aí compreendida a do Estado, um dos pressupostos anarquistas básicos.
Prossigo mais tarde.
(continua)
Adenda: a qualquer momento, como é meu hábito neste diário, posso introduzir emendas no texto em epígrafe.
2 comentários:
Critica o ESTADO...Que estado em particular? Uma entidade chamada globalização?
Que eu saiba, eu não sou cidadão norte-americano. Nem sequer Assange.
Por agora a minha ideia reside apenas no Estado-em-si. Há muita coisa que ainda não sabemos sobre Wikileaks.
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