Nota: este tema - o tema do que chamo amiudadamente roubo do desenvolvimento visando outro tipo de desenvolvimento - é merecedor de amplo estudo, amplo estudo que deve ter como meta de partida nao tanto o mercado informal quanto a vida informal. Hipótese: quanto mais gravosas forem as condições de vida, mais ampla será a vida informal e mais diversificado e profundo o recurso a esquemas de sobrevivência numa sociedade profundamente marcada pela fractura social. Entretanto, permito-me sugerir a leitura das minhas postagens sobre o roubo do desenvolvimento, aqui.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
3 comentários:
Roubo ao desenvolvimento ou quando essa e a unica forma de beneficiar do desenvolvimento, que desenvolve os de longe e marginaliza os de perto?
De facto este problema é preocupante.
Nacala-Porto não é o único exemplo, o país todo vive a braços com este problema. E como disse outrora, com o estômago não se negocia, a fome não perdoa, daí que o roubo tem sido infelizmente a péssima solução para "matar os pobres músculos do pescoço" (Fijamo).
O aludido estudo é bem-vindo.
Zicomo
Ab immundo quid mundabitur?
"...este tema - o tema do que chamo amiudadamente roubo do desenvolvimento visando outro tipo de desenvolvimento - é merecedor de amplo estudo, amplo estudo que deve ter como meta de partida nao tanto o mercado informal quanto a vida informal..."
Como e evidente, enquanto o paradigma se mantiver, a informalizacao prosseguira e com forca.
E avisos nao faltaram - lembro-me de Carlos Cardoso - quando as politicas de Bretton Woods comecaram a criar a informalizacao da nossa economia, nascendo acto continuo a reclamacao dos comerciantes ditos legais. Moral da historia: para fugir ao Fisco, os ditos legais comecaram a usar o expediente informal para duplicar os seus lucros, mas sempre pedinchando.
Com isso, ante as vistas largas das autoridades, Mocambique e hoje um enorme mercado INFORMAL, onde cada um de nos vende um pouco daquilo que tem: desde fosforos e chinelas descartaveis Made in China, ate DUATs e Consultorias. Somos uns vendilhoes do templo, mesmo que nao haja necessidade disso.
Nao produzimos nada...
Apenas vendemos!
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