01 fevereiro 2010

Reformar o capitalismo?


Não é uma questão de substituir o capitalismo, mas de sabermos que tipo de capitalismo queremos. Temos de encontrar uma alternativa humana ao mercado, temos de regular o capitalismo - resumo do que afirmou na Suíça o presidente francês, Nicolas Sarkozy, por ocasião do Fórum de Davos, terminado domingo. Leia aqui e aqui.
Comentário e proposta de leitura: o que, na realidade, Sarkozy propôs? O que propôs foi uma reforma capitalista do capitalismo. E, já agora, a propósito da crise capitalista e da construção de alternativas, leia uma entrevista com o geógrafo britânico David Harvey, aqui.
Adenda às 16:15: reacende o interesse pelo O Capital de Karl Marx, escrito há mais de 140 anos. Aqui.

3 comentários:

ricardo disse...

Ora vejam, uma reforma capitalista proposta pelo Capital. Tao credivel quanto pedir a Hitler que reescrevesse a Torah.

Em Davos, reuniram-se os banqueiros responsaveis pela ultima crise financeira mundial e o seu candidato a chefe da Nova Des (ordem) Mundial, para fazerem frente a Obama, minando a sua politica economica, porque o presidente dos EUA esta doravante, determinado a pedir mais responsabilidades a esta classe privilegiada sobre os seus actos. E isso desagradou.

E Sarkozy, ambicioso, endossou.

umBhalane disse...

Interessante, muito interessante, mesmo.

Agora temos que definir o que é o capitalismo!

Ex: - Um cidadão que pega na sua almadia, que tem 1 ou 2 ajudantes/empregados, sai de Marromeu carregado de açúcar, não falo do Luabo, muito mais perto do Chinde, porque a frelimo destruiu o Luabo, até hoje, mesmo.

Chega no Chinde vende/troca por arroz, malola seco, sal, coco,...e regressa...

No caminho, nas margens, aproveita e faz outros pequenos negócios - galinhas, cabritos, e outros...

Chega a Marromeu e vende tudo, vai ao banco e deposita,...

Ciclicamente, por iniciativa própria, NÃO "SOCIALISTA".

Isso, para mim é capitalismo, e é muito bom, demais.

Pena haver tão pouco.

Sim, o capitalismo, como quaisquer outras coisas, é passível de reformas, de regulação, de controlo pelo poder político não-corrupto, comprado.

A alternativa ao capitalismo selvagem, sem rosto, é a explosão social.

E o socialismo não é alternativa - já está experimentalmente comprovado.

E TODOS SABEMOS.

É, ou não é?

Erudito disse...

De facto esta crise e as solucoes ate hoje propostas remetem-nos a uma releitura do "Capital" de Karl Marx.

Isto faz-me recordar de alguem que escreveu qualquer coisa como o seguinte: "Marx nada fez mais do que explicar o capitalismo e as suas crises ciclicas, pois a sua utopica criacao do Socialismo e mesmo utopica".

Com esta citacao nao pretendo concordar com as solucoes propostas para a superacao da crise (que muito bem explicita a caricatura do blog). O que pretendo, e tao somente recordar que a Guerra Fria acabou e as mentalidades nao devem ser necessariamente antagonicas: Burgueses Vs Proletarios. As solucoes para a crise devem ter em conta o lugar-comum de todas classes - A Sociedade.

Tudo deve ser visto na perspectiva de Market-Government-Civic Society Sharing. O dinheiro que tanto se esta a distribuir aos banqueiros deve ser com o intuito de garantir as poupancas dos cidadaos. A intervencao do Estado e fundamental, mas e preciso nao exagerar, pois todos sabemos que o fenomeno da corrupcao tambem tem barbas brancas no primeiro mundo.

E se calhar foi a corrupcao que peermitiu a errupcao da crise, pois, como e que se explica que os Bancos Centrais Americanos e Europeus, nao tenham verificado atempadamente a especulacao no mercado imobiliario, que os bancos comerciais estavam protagonizando?

Enfim, e uma pena que nos mocambicanos nao temos poder para impor qualquer solucao a esta crise. Mas se o tivessemos...