A pouco e pouco, vou aprendendo que em Maputo os Nigerianos controlam crescentemente partes significativas do comércio por grosso e a retalho. Não estou certo de que os Nigerianos sejam efectivamente Nigerianos ou Burundeses, não penetrei ainda na realidade dos etnónimos no estudo da construção social do Outro que dirijo no Centro de Estudos Africanos. E quem diz Maputo talvez possa dizer Nampula ou Beira. Como é que nós, Moçambicanos, construímos esses Outros, os produzimos, que representações sociais, que clichés, que estereótipos deles temos? E como é que eles, esses estrangeiros, nos constróem, nos produzem, nos representam? Bem, há tempo para tentar encontrar respostas. E vós, leitores, tendes já respostas?
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
1 comentário:
Interessante.
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