Vigésimo primeiro número da série, com a ideia central colocada aqui. Escrevi no número anterior que são cada vez mais os gestores da chamada sociedade civil. Sociedade civil é ao mesmo tempo uma expressão ambígua e a todo-o-terreno: ambígua porque sem consistência analítica, a todo-o-terreno porque suposto tê-la. Tudo e nada, afinal, nela podem caber. Por outro, guarda um profundo sentido normativo, pois constrói-se eticamente por oposição ao que se considera ser Estado-Leviatão. Possui uma história que remonta talvez a Hobbes e passa por Rousseau, Tocqueville, Hegel, Marx e Gramsci. No senso comum político, sociedade civil tem o sentido de um conjunto de actores e de instituições vivendo à margem de um Estado, definido como privador por uns (sectores neo-liberais) e como pouco redistribuidor por outros (sectores populares). Com a vossa permissão, prossigo mais tarde.
(continua)
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