14 junho 2013

Luta política: a Pasárgada da Renamo (9)

Nono número da série, sempre trabalhando com hipóteses. Prossigo no primeiro ponto de um sumário proposto aqui(1) A polifonia da guerrilha e o boicote eleitoral. Apresentei no número anterior quatro exemplos do que a Renamo chama "acção de pressão", a saber: 1. Ameaça de retorno à guerra, 2. Ameaça de boicote eleitoral ou boicote eleitoral consumado, 3. Boicote a decisões na Assembleia da República, 4. Pressão multifacetada sobre o (s) adversário (s) para obter acordos privados e bonificados. Termino o primeiro ponto: 1.1. Ameaça de retorno à guerra. Escrevi no número anterior que o regresso do presidente da Renamo à Gorongosa é bem mais do que a busca idílica de uma vida espartana, fora dos luxos urbanos de Maputo; é bem mais do que o acto de um maluco, de um inconsequente ou de um psicopata, como certos círculos gostam de o apelidar. É, antes, a lógica do regresso ao acto fundador da guerrilha de muitos anos. Em que sentido? No sentido político de que, deliberadamente exteriores ao processo eleitoral, pressionando pela memória do passado, jogando com o futuro da possibilidade de uma nova guerrilha de poucos gastos financeiros a partir do centro do país - afectando os interesses mineiros do Capital internacional com a sua placa giratória situada em Tete -, ele e a elite hegemónica  da Renamo vão tentar forçar um Governo de Unidade Nacional do género queniano ou zimbabueano. Eis a sua Pasárgada. Se não se importam, prossigo mais tarde.
(continua)

2 comentários:

Salvador Langa disse...

Uma hipótese a não deixar de lado.

nachingweya disse...

Talvez a fórmula para a muito propalada mas pouco alimentada Unidade Nacional