"A minha pasárgada é uma casinha encrustada em cima de uma serra, donde se avista um belíssimo horizonte." (Manuel Bandeira)
Oitavo número da série, sempre trabalhando com hipóteses. Prossigo no primeiro ponto de um sumário proposto aqui. (1) A polifonia da guerrilha e o boicote eleitoral. Apresentei no número anterior quatro exemplos do que a Renamo chama "acção de pressão", a saber: 1. Ameaça de retorno à guerra, 2. Ameaça de boicote eleitoral ou boicote eleitoral consumado, 3. Boicote a decisões na Assembleia da República, 4. Pressão multifacetada sobre o (s) adversário (s) para obter acordos privados e bonificados. Passo de imediato ao primeiro ponto: 1.1. Ameaça de retorno à guerra. O regresso do presidente da Renamo à Gorongosa é bem mais do que a busca idílica de uma vida espartana, fora dos luxos urbanos de Maputo; é bem mais do que o acto de um maluco, de um inconsequente ou de um psicopata, como certos círculos gostam de o apelidar. É, antes, a lógica do regresso ao acto fundador da guerrilha de muitos anos, agora que (1) estamos vizinhos das eleições, (2) exibimos as nossas riquezas naturais ao grande Capital e (3) multiplicam-se os movimentos sociais. É, enfim, a lógica de um regresso ao passado para assegurar a Pasárgada (tempo haverá para me fazer explicar). Se não se importam, prossigo mais tarde.
(continua)
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