Prosseguindo esta série fotográfica sobre Tete, da autoria do jurista e ambientalista Carlos Serra Jr, agora com registos do distrito de Chifunde, baseados no dia-a-dia com pessoas e coisas. Se quiser ampliar a imagem, clique sobre ela com o lado esquerdo do rato.
(continua)
7 comentários:
Os olhares são de profunda tristeza.
O semblante denuncia uma carga enorme de tristeza. Profunda tristeza.
Eu próprio estou comovido.
Alguns dirigentes com os quais confabulo dizem-me o seguinte:
"Muna, a tua terra está a desenvolver. Estamos a desenvolver Tete. Aquilo está irreconhecível."
Resposta:
Reconheço sim alguma mudança, mas, convenhamos senhores dirigentes, desde quando é que mudar a cor (pintura) de um edifícios ou de uma cidade altera a estiagem do estômago dos seus habitantes?
Esta gente sobrevive de 33 mt por mês, subsídio que é dado pelo governo. Assim se combate a pobreza absoluta, dizem.
Certa vez perguntei ao poeta, então, chamuale, que dizer desta realidade? Sabendo que ele é apologista do Sistema, respondeu-me:
"Muna, sem recursos financeiros, hoje, tudo desaparece, até a boa vontade, dos apoiantes históricos. Nenhum castelo foi erguido apenas por vontade, porque simples vontades não são nem almoçáveis nem jantáveis ou matabicháveis".
Terminei o diálogo com o mesmo sentimento com que vejo esta imagem, zangado.
Zicomo
Essas caras mostram conformismo.
> O Salvador Langa acertou em cheio!
> Estamos perante o tradicional ciclo da pobreza, mais ou menos assim caracterizado:
-> Baixa instrução -> baixo nível tecnológico -> baixa produtividade -> baixa renda -> baixa capacidade de intensificação -> baixa produção -> Estagnação -> CONFORMISMO ....
-> Preocupante é que Chifunde não é um caso isolado: esta é, maioritariamente, a realidade em todo o país.
Caras sem expressão...
O nosso país também tem muita gente como essa escondida pela propaganda intensa do petróleo e dos diamantes.
Ó pá, basta dizer que a culpa é do colonialismo.
Caras sem expressão, caras com expressão; caras que expressam tristezas, alegrias, conformismos, mas caras!
AAS
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