Escrevi no número inaugural desta série que havia três coisas a considerar na teoria dos grandes homens.
Considerada a primeira, passo à segunda. Aqui, a correção da história opera não através da ponderação dos sistemas nos quais vivem os chamados grandes homens, mas através da ponderação desses grandes homens, desses grandes homens em si. Se algo correu mal, se eles defraudaram as expectativas, se não foram capazes de ser os deuses terrenos que esperávamos, torna-se indispensável substituí-los por outros capazes de saciar a nossa sede de perfeição. O problema cognitivo é suposto não residir nos sistemas sociais que produzem expectativas e crenças de um certo tipo, mas nas pessoas individualmente consideradas. A biografia parece ser o êmbolo da história comezinha e dos sistemas de conhecimento imediato.
(continua)
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