17 março 2011

África enquanto produção cognitiva (22)

Mais um pouco da série, dedicada a mostrar como, através das ideias de Hegel no seu livro oitocentista A razão na história, operou e continua a operar um certo tipo de produção ideologizada sobre África, encaixando os Africanos num molde comportamental generalizado, rígido, imutável e absolutamente desqualificante. Eis a continuidade das ideias do filósofo alemão:
O despotismo, manifestação do arbitrário, é a regra de vida entre os Africanos. Por isso junto ao rei há sempre o verdugo. Reis servem-se dele para eliminar concorrentes, mas estes não se servem menos dele para eliminar reis quando as coisas não correm bem nas terras. Deve dizer-se que nenhum rei pode fazer a guerra sem o consentimento dos notáveis subordinados.
Prossigo mais tarde.
* Hegel, G.W.F, La razon en la historia. Madrid: Seminarios y Ediciones, S.A., 1972, pp. 285-286.
 (continua)

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