03 janeiro 2017

Paz e guerra das trincheiras políticas em Moçambique [2]

Número anterior aqui. Escrevi no número inaugural desta curta série que, no geral, a paz surge como algo possível de obter com facilidade desde que haja boa vontade entre os desavindos - entre os irmãos, diz-se agora com frequência -, boa vontade traduzida na popular expressão "vamos sentar". Quer dizer: a lógica e as múltiplas regras da luta política são ignoradas face à negação moral da violência e ao apelo veemente à paz. O termo "irmãos" - que tem ganho uma ressonância enorme nos últimos meses nos meios de comunicação - aparece com um contrapeso pacifista para dar conta da falta de sentido ético da belicosidade, vertido em expressões do género "os irmãos não devem lutar". Esse contrapeso é, aqui e acolá, reforçado pelo forte sentido apelativo do termo "família", em expressões do tipo "somos uma família", "a família moçambicana", etc.
Adenda: entretanto, confira uma notícia sobre o que o jornal O País chama, na sua versão digital, "acordo de tréguas", aqui.

1 comentário:

nachingweya disse...

Guerra ( ou Paz) aos solavancos ou dois meses de ferias para os rapazes irem lavrar as suas machambas?
O caricato do ponto de vista constitutional, legal e de legimitade é que seja o fora-de-lei o porta-voz nacional da boa nova.
Sao Joao Baptista sabia do Messias antes de muitos.