A beleza feminina é um produto masculino, é uma gramática masculina que contém as regras pelas quais se regem as mulheres no uso que fazem do seu corpo em função do uso que os homens querem que elas façam do seu corpo. A retranscrição social da biologia feminina: eis a questão. A beleza feminina - produção eminentemente masculina - é socialmente aprofundada e inscrita nos valores socialmente aceites por um segundo atributo: o da feminilidade. A produção da mulher enquanto ser feminino, enquanto evacuada da força ("frágil, "fina", "elegante", etc.), da masculinidade "bruta", é uma obra masculina aceite, reproduzida e protegida pelas mulheres. Dizer que "ela é muito feminina" quer dizer que "ela" é muito mais do que uma mulher bela: ela é androcêntricamente, irremediavelmente construída como "feminina".
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
Sem comentários:
Enviar um comentário