Terceiro número aqui. Figuras do ano são heróis e heroínas escolhidos em função de determinados critérios. Heróis e heroínas são seres que, com o tempo, unificámos psicológica e socialmente numa matriz comportamental única e virtuosa, da qual eliminámos os defeitos e, até, as qualidades humanas comezinhas. Mas mais: em quem, muitas vezes, hipervalorizámos um aspecto de conduta (que pode ser motivo de retrabalho permanente e de acréscimo) deixando outros na penumbra ou na completa penumbra. Estas as razões por que certos heróis podem ser iminentemente políticos ou completamente políticos. Os heróis criados por grupos dirigentes, estatais e/ou políticos, através dos seus produtores e conformadores de opinião, podem não ser adoptados pelos cidadãos, podem não ter significado afectivo e comportamental para os cidadãos. E mais uma hipótese a testar: quando mais cheios de densidade política forem os períodos históricos, mais politizada é a produção dos seus heróis.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
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