Sexto número da série aqui. Escrevi no número anterior que há um outro fenómeno a ter em conta, designadamente o da generalização abusiva retroactiva. O que significa isso? Significa que, prisioneiros da memória, reféns de certos acontecimentos do passado, acreditamos - por hábito, diria David Hume - que a repetição ocorrerá. Assim, se algo de importante aconteceu nos momentos A e B do passado, não surpreende que venha a acontecer no momento C ou que tenha sucedido no momento C ou que venha a suceder em outros momentos. Então, se já morreram dois sapos na Lagoa Poze, por que duvidar de que mais sete estão em risco de morrer? E quem diz mais sete diz mais 20 ou 30, não é? Quanto mais forte for a intranquilidade, mais forte é a generalização abusiva retroactiva.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
Sem comentários:
Enviar um comentário