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Na verdade, confrontados com os problemas do dia-a-dia, as pessoas apelam à intervenção de uma espécie de messias de primeiros socorros, imploram os milagres cura-tudo, as soluções decisivas, definitivas, convencidas de que os defeitos estruturais de sistema podem ser resolvidos com intervenções fortes e pessoais de ocasião.
Assim, por exemplo, em certos círculos espera-se que o Presidente da nação consiga com a varinha mágica eliminar todos os males e implantar o bem total. Ele apenas, só por si. O que se deseja nesses círculos é o papel único do demiurgo e não o das instituições do Estado, é o indivíduo e não o colectivo. E se as instituições não funcionam ou funcionam mal, a cura é suposta depender infalivelmente da generosidade e da disposição do demiurgo.
Com a alma ajoelhada no altar da esperança, as pessoas buscam, afinal, um deus pessoalizado e permanente.
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