02 outubro 2016

Interessados no discurso da pluralidade

Respeitar outrem e a sua cultura é um princípio excelente, trave-mestra da vida em sociedade. Porém, as boas intenções são acompanhadas pelas más intenções. Assim, destruidores da humanidade - do género falcões de guerra, torturadores, etnocentristas, racistas, assassinos e estupradores - têm todo o interesse no discurso da pluralidade, do respeito pelo Outro, na pretensão de que as diferenças sociais e culturais estão ao mesmo nível de consideração, na apologia de que a verdade é unicamente parte de um conjunto paritário de verdades gozando do mesmo estatuto de legitimidade. O relativismo é para eles uma óptima arma de defesa e ataque.

1 comentário:

Unknown disse...

Excelente observação, Professor. O relativismo cultural e uma teoria que tenta reagir ao etnocetrismo - a ideia de que a minha cultura e superior e portanto, padrão para julgar as outras, que por serem simplesmente diferentes, são consideradas inferiores. Nesse sentido, acho que esta teria ajudou muito para trazer a ideia de igualdade, de respeito pelas diferenças. Mas o relativismo também deve ser relativizado, no sentido de que, toda a reivindicação a diferença, não deve sobrepor-se a dignidade e integridade física do homem e a todas as normas básicas de convivência social.
Quando se diz que as diferenças devem ser respeitas, não se quer dizer que tudo o que e diferente deve ser respeitado; da mesma forma que, ao defender-se o pluralismo no pensamento, não se defende que qualquer ideia vale e merece respeito.

Um abraço


Antonio