Quarto número aqui. Passo ao quarto ponto do sumário proposto aqui, a saber: 4.Análise nacional. Quantos mais holofotes estiverem direccionados para um determinado fenómeno, melhor será a sua visibilidade. A análise nacional é mais um holofote no conjunto de hipóteses em jogo neste texto.
O jovem armado com uma faca na Escola Secundária Josina Machel na cidade de Maputo [recorde aqui] não é o único caso de violência escolar que poderia ter sido letal. É, apenas, um exemplo entre muitos outros. Poderá ter sido permeado por uma cultura de agressividade e punição naturalizadas que, sob as mais diversas formas, habita as redes sociais físicas e digitais, as televisões e as rádios do país, tivesse disso consciência ou não. Ataques, emboscadas, sequestros, assassinatos e destruições variadas tornaram-se parte integrante e banalizada do nosso quotidiano. Com uma faca ou com uma arma de fogo, jovens há que se convencem de poder jogar o papel de heróis, determinando com crueldade - e quantas vezes com letalidade - o destino de pessoas, grupos e locais.
Em seu percurso, em sua acção punitiva, em sua agressividade com uma arma branca, o jovem da Josina Machel pode ter sido o repositório, o veículo inconsciente de uma quádrupla e interligada cultura em curso no país: cultura da violência, cultura da punição, cultura do medo e cultura da impunidade. A este nível há o drama de uma dupla determinação: os impulsos da violência multilateral deixam raízes especiais, os aguilhões. Quando julgamos que os impulsos desapareceram através de acções de profilaxia social, irrompem um dia, veementes, os aguilhões. Este é um dilema à Jano que, geracionalmente, faz parte da nossa história conflitual desde pelo menos o século XVII (aceleração do tráfico de escravos). E que, afinal, espécie de peristalto social, parece habitar por inteiro a atitude do jovem da Josina Machel, atitude que é unicamente a ponta do iceberg.
O jovem armado com uma faca na Escola Secundária Josina Machel na cidade de Maputo [recorde aqui] não é o único caso de violência escolar que poderia ter sido letal. É, apenas, um exemplo entre muitos outros. Poderá ter sido permeado por uma cultura de agressividade e punição naturalizadas que, sob as mais diversas formas, habita as redes sociais físicas e digitais, as televisões e as rádios do país, tivesse disso consciência ou não. Ataques, emboscadas, sequestros, assassinatos e destruições variadas tornaram-se parte integrante e banalizada do nosso quotidiano. Com uma faca ou com uma arma de fogo, jovens há que se convencem de poder jogar o papel de heróis, determinando com crueldade - e quantas vezes com letalidade - o destino de pessoas, grupos e locais.
Em seu percurso, em sua acção punitiva, em sua agressividade com uma arma branca, o jovem da Josina Machel pode ter sido o repositório, o veículo inconsciente de uma quádrupla e interligada cultura em curso no país: cultura da violência, cultura da punição, cultura do medo e cultura da impunidade. A este nível há o drama de uma dupla determinação: os impulsos da violência multilateral deixam raízes especiais, os aguilhões. Quando julgamos que os impulsos desapareceram através de acções de profilaxia social, irrompem um dia, veementes, os aguilhões. Este é um dilema à Jano que, geracionalmente, faz parte da nossa história conflitual desde pelo menos o século XVII (aceleração do tráfico de escravos). E que, afinal, espécie de peristalto social, parece habitar por inteiro a atitude do jovem da Josina Machel, atitude que é unicamente a ponta do iceberg.
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