21 maio 2016

"À hora do fecho" no "Savana"


Na última página do semanário "Savana" existe sempre uma coluna de ironia - suave nuns casos, cáustica noutros - que se chama "À hora do fecho". Naturalmente que é necessário conhecer um pouco a alma da vida local para se saber que situações e pessoas são descritas. Segue-se um extracto reproduzido da edição 1167, de 20/05/2016, disponível na íntegra aqui:
Nota: de vez em quando perguntam-me por que razão o ficheiro está protegido com senha e marca de água. Resposta: para evitar que os ávidos parasitas do copy/paste/mexerica o copiem, colocando-o depois no seu blogue ou na sua página de rede social digital com uma indicação malandra do género "Fonte: Savana". Mas, claro, um ou outro é persistente e consegue transcrever para o word certos textos, colocando-os depois no blogue ou na rede social, mas sem mostrar o verdadeiro elo. Mediocridade, artimanha e alma de plagiador são infinitas.

4 comentários:

Sir Baba Sharubu disse...

Depois do fiasco atuneiro e da viagem do PR à China, qual é a nova estratégia de recuperação para Moçambique ?

nachingweya disse...

Não admira que lá se noticie: A China acaba de adquirir Moçambique.
E os que regressam da visita anunciem: A China garantiu que tirava Moçambique da crise.
Parecem postulados diferentes mas pode tratar-se da mesma notícia em conteúdo e substância quando o espinho do atum faz das suas atravessado na nossa garganta.

ricardo disse...

Ja vimos esta mesma receita na Etiopia, Angola, Zimbabwe, Uganda e Sudao. Tempos depois, foi criada uma hierarquia politica guiada pelo capitalismo de estado, totalitaria e dinastica, com base nas forcas de seguranca, que funcionam como ELO de ligacao e redistribuicao de beneficios pelas diferentes comunidades/povos de cada nacao.

Nao vejo, porque razao esta abordagem venha ser diferente em Mocambique. E nem vejo, por que Dhlakama nao venha a aceitar um entendimento tipo "Mugabe/Nkomo" para ter uma saida honrosa para o beco sem saida em que se enfiou, tambem.

E igualmente, nao vejo porque o FMI/Banco Mundial nao continuarao a obter generosos retornos sobre as "dividas investidas" na EMATUM, Proindicus, etc. pelos meios que mais lhes apetecerem.

Mocambique tornou-se num "protectorado" dos grandes interesses financeiros mundiais, os quais, ao contrario do que nos gostam de fazer crer, nao se movem por ideologia, mas sim por interesses em comum, permanentes ou temporarios. Por essa razao, nao ouvimos e nem lemos o FMI a protestar por o seu membro Chines ter injectado so em 2015 perto de 1.000 USD em creditos concessionais no Zimbabwe, tornando-se praticamente no unico investidor estrangeiro la. Visto que todos os grandes projectos de desenvolvimento governamentais estao a ser implementados por chineses. Assim como ja o tinhamo visto em Angola, em troca do crude para a sua industrializacao acelerada. Mesmo porque, a China e membro do FMI/Banco Mundial desde 1980, ainda se falava do Bando dos 4. Desde la, ha muito que tem firmado suas parcerias estrategicas, sobretudo nas suas cercanias, provendo aqui ou acola creditos concessionais, a juros bonificados.

Esta claro que isto tera um preco terrivel a medio prazo. O isolamento e o descredito de Mocambique em outras pracas mundiais onde ha muito ganhara simpatias, por ser um "exemplo" de Bretton Woods. O verniz estalou. Mesmo entre aliados naturais. Pois vai ser muito dificil convencer o Vietname que a disputa das Spratley aos olhos mocambicanos e tao justa para Pequim e Hanoi, quando este ultimo pais reforca os lacos regionais com Manila e Kuala Lumpur por causa da expansao chinesa a sul. E mais, por incrivel que pareca, a troca de informacoes com Washington pela mesma razao.

Penso que foi dado um tiro no escuro. Espero que saibamos usar o colete anti-balas apropriado para nos defendermos da replica.

Saiba mais sobre parcerias estrategicas chinesas em Africa, recapitulando o que Jardo Muekalia publicou em 2004: https://www.issafrica.org/pubs/ASR/13No1/F1.pdf

P.S. Jardo Muekalia e (ou foi) um membro destacado da UNITA de Jonas Savimbi, para quem nao saiba.

ricardo disse...

Apenas uma correccao. No lugar de 1.000 USD, leia-se 1.000 milhoes de USD.