Décimo terceiro número da série. Escrevi no número inaugural que se gerou em torno do Presidente Filipe Nyusi um conjunto de múltiplas expectativas que têm especialmente a ver com o messianismo político. Aqui. No número seguinte, escrevi que o messianismo político é a crença na capacidade considerada excepcional de certos indivíduos para resolver problemas sociais de forma imediata e irreversível. De alguma maneira, o messianismo político é uma modalidade profana de uma crença religiosa. Em que meio social medra o messianismo político? O messianismo político parece ser um fenómeno universal, independente de épocas e contextos históricos. Mas é especialmente forte em meios sociais nos quais se conjugam três fenómenos: (1) Grande peso das tradições e das regras costumeiras; (2) Percepção da erosão dessas tradições e dessas regras; (3) Níveis de pobreza multidimensional elevados. Aqui. No número 6 da série recordei Karl Marx: "Os homens fazem a sua própria história, mas não a fazem arbitrariamente, nas condições por eles escolhidas, mas nas condições directamente dadas e herdadas do passado." [Le 18 Brummaire de Louis Bonaparte. Paris: Éditions Sociales, 1969, p.15]. Aqui. No número 7 observei, em fórmulas à Heráclito, que o Presidente é e não é livre, que tem e não tem poder. Aqui. Livre, face ao grande e diversificado conjunto de poderes formais que a Constituição lhe dá, fora o poder informal. Aqui. Não livre, devido à pressão e à intersecção de quatro histórias: a história do país, a história da Frelimo, a história do Estado e a sua história individual. Aqui.
A terminar: o Presidente Nyusi terá o poder relacional que a história plural, o grupo político hegemónico do seu partido e o capital directivo conseguido lhe permitirem.
A terminar: o Presidente Nyusi terá o poder relacional que a história plural, o grupo político hegemónico do seu partido e o capital directivo conseguido lhe permitirem.
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