Décimo número da série. Escrevi no número anterior que o Presidente Nyusi não é livre por quatro razões básicas: a história do país, a história do seu partido, a história do Estado e a sua história individual. Na verdade, a história do país é longa, cheia de inovações, é certo, mas também cheia de hábitos, de inércias e, aqui e acolá, agarrada à memória de percalços, tragédias e tristezas; a história da Frelimo já tem décadas e lá reina uma disciplina severa, uma história que apela muito ao colectivo, às regras e aos costumes da história do partido; a história do Estado, também, em processo de institucionalização e normalização, onde é permanente a luta entre a idoneidade e o patrimonialismo, entre o público e o privado, entre a filiação partidária e a competência; finalmente, a história individual do Eng.º Nyusi, situada entre a história ainda hegemónica dos pais fundadores da nação e a história geracional do pós-independência.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário