10 janeiro 2016

Filipe Nyusi, expectativas e messianismo político [10]

Décimo número da série. Escrevi no número anterior que o Presidente Nyusi não é livre por quatro razões básicas: a história do país, a história do seu partido, a história do Estado e a sua história individual. Na verdade, a história do país é longa, cheia de inovações, é certo, mas também cheia de hábitos, de inércias e, aqui e acolá, agarrada à memória de percalços, tragédias e tristezas; a história da Frelimo já tem décadas e lá reina uma disciplina severa, uma história que apela muito ao colectivo, às regras e aos costumes da história do partido; a história do Estado, também, em processo de institucionalização e normalização, onde é permanente a luta entre a idoneidade e o patrimonialismo, entre o público e o privado, entre a filiação partidária e a competência; finalmente, a história individual do Eng.º Nyusi, situada entre a história ainda hegemónica dos pais fundadores da nação e a história geracional do pós-independência.

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